Walter Alves |
Sob o olhar de Héber Roberto Lopes, Marlos é desarmado por Negreiros, ex-Coxa. |
Depois de golear o Real Brasil em São José dos Pinhais, o Coritiba desceu a Serra do Mar para enfrentar o Rio Branco, mas ficou no 0 a 0. Sem repetir as últimas e empolgantes atuações, o Alviverde se enroscou no Leão da Estradinha e por pouco não voltou derrotado para a capital. Mesmo assim, se manteve na vice-liderança do Campeonato Paranaense. Na quarta-feira, o Coxa volta a campo para enfrentar o J. Malucelli, às 21h45 no Couto Pereira.
Logo de início, o Coritiba já mostrou que teria dificuldades. O zagueiro Felipe, que vinha atuando no lugar de Henrique (negociado com o Palmeiras), sentiu um cansaço muscular e ficou na concentração em Curitiba. No lugar dele, o técnico Dorival Júnior chamou Veiga para compor a zaga, ao lado de Jéci e Rodrigo Mancha. O trio mostrou que não estava muito entrosado e teve dificuldades, principalmente pelo estado do gramado, pesado pelas chuvas constantes dos últimos dias.
Garras do Leão
Por isso, quem levou mais vantagem foi o time da casa. Animado após a vitória sobre o Adap Galo e com o eficiente Cláudio Marques no comando, o Leão mostrou as garras. Quem teve trabalho foi o goleiro Edson Bastos. Sobretudo pelos cabeceios de Negreiros e as chegadas de Diego Macedo. Perdido em campo, sem muita criação, o Coxa só levou perigo nos 45 minutos iniciais, com um petardo de Rodrigo Mancha e uma boa jogada de Marlos.
?O time está muito moroso. Quero uma participação mais ativa do time?, reclamou Dorival Júnior, que resolveu trocar Veiga por Dick para melhorar a linha defensiva e ter uma saída de bola mais veloz. Gilberto ficou na zaga e liberou Dick para subir pela ala-direita e ir ao ataque. No entanto, apesar da postura da equipe ser mais ofensiva, as dificuldades continuaram as mesmas. A bola quase não chegou em Marlos, Pedro Ken ficou restrito à marcação e chegar no gol de Vilson ficou raro.
Do outro lado, Negreiros se esforçou, tentou justificar o investimento do presidente Possas em seu futebol, mas quando marcou estava em impedimento. Restou aos treinadores colocar gente com mais gás nos respectivos ataques. Mesmo assim, a boa vontade de quem entrou não foi suficiente para furar as linhas defensivas e as duas equipes se contentaram com o resultado fechado à beira do Rio Itiberê.
CAMPEONATO PARANAENSE
1ª. fase – 6ª. rodada
Rio Branco 0 x 0 Coritiba
Rio Branco
Vilson; Valmor (Ferrinho, 4? do 2.º), Barbosa, Allan e Cleomir; Carlão, Kullmann, Pepo e Diego Santos (Ricardo Santos, 40? do 2.º); Diego Macedo e Negreiros (Rafael Santiago, 30? do 2.º).
Técnico: Cláudio Marques.
Coritiba
Edson Bastos; Veiga (Dick, 1? do 2.º) , Jéci e Rodrigo Mancha; Gilberto Flores, Careca, Pedro Ken, Marlos e Rubens Cardoso; Keirrison (Henrique Dias, 24? do 2.º) e Hugo (Dinei, 32? do 2.º).
Técnico: Dorival Júnior.
Local: Fernando Charbub Farah, em Paranaguá.
Árbitro: Heber Roberto Lopes.
Assistentes: José Carlos Dias Passos e Roger de Oliveira Gomes.
Cartões amarelos: Veiga, Diego Santos, Negreiros, Kullmann, Careca, Alan, Henrique Dias e Diego Macedo.
Renda e público: Não divulgados.
Dorival Júnior reconhece que Coxa não jogou nada em Paranaguá
Walter Alves |
Pedro Ken sucumbiu à marcação do ?cão de guarda? Kullmann e pouco fez. |
O técnico Dorival Júnior saiu de campo sem gostar nem um pouco do que viu de sua equipe, no empate de ontem contra o Rio Branco, no Gigante do Itiberê. ?Hoje (ontem) nós não conseguimos executar nada, em razão da boa postura do Rio Branco, diga-se de passagem. Não é que surpreendeu, mas o Rio Branco jogou mais que o Coritiba e isso aí foi claro?, disparou o treinador alviverde na saída do gramado. Para ele, o time não conseguiu repetir as atuações anteriores.
?A marcação não foi forte, como a equipe vinha fazendo, e nem fomos tão efetivos em termos de ataque. Nossa equipe deixou a desejar e isso, em grande parte, devido ao adversário?, analisou. O zagueiro e capitão Jéci concordou. ?O professor nos alertou no intervalo e faltou um pouco mais de dinâmica. Mas é bom somar pontos jogando fora de casa?, apontou o jogador.
Já o atacante Dinei, que entrou na 2.ª etapa, acreditava até numa vitória. ?O jogo foi bastante pegado, as duas equipes marcando bem e acho que poderíamos ter vencido. Agora é pensar na próxima partida?, disse.
De qualquer forma, o próprio Dorival Júnior já previa tropeços como o de ontem, contra o Leão da Estradinha. ?É natural e isso vai acontecer mais vezes. Eu já vinha alertando nesse sentido, mas de todas as partidas, essa foi a que nós menos produzimos?, lamentou.
Puxão de orelha
Mesmo não tomando gols, o treinador deverá dar um puxão de orelha na equipe, nos treinamentos da semana. ?Não tivemos uma boa participação ofensiva, nem tampouco defensiva. A nossa marcação não foi efetiva, como tinha que acontecer. Fizemos para o gasto, para não tomar o gol, mas é muito pouco dentro da necessidade e da capacidade do Coritiba?, completou Júnior.
Ontem mesmo, a delegação deixou Paranaguá e retornou para Curitiba. Hoje, a turma que atuou contra o Rio Branco faz apenas um trabalho regenerativo, enquanto os demais têm um confronto contra o time do Operário, de Ponta Grossa, no próprio CT da Graciosa. Contra o J. Malucelli, o zagueiro Felipe deverá retornar e o volante Douglas Silva também poderá fazer sua estréia nesta temporada com camisa do Coritiba.
Reforço?
O rodado Fábio Júnior pode ser o centroavante que a diretoria tanto procura. Experiente, talentoso nos bons tempos, o jogador, que começou a carreira do Cruzeiro, tem passagens por Roma e Palmeiras, poderá ser o novo camisa 9 do Coritiba.
Os dirigentes, por enquanto, não confirmam nada, mas novos atletas devem chegar essa semana.