O gosto amargo continua na boca dos torcedores do Coritiba. Sábado, contra o Paysandu, no Alto da Glória, viu-se um filme conhecido que já está em cartaz desde o início do Campeonato Brasileiro. Um time que se desequilibra facilmente, e que não foi capaz de transformar em gols as inúmeras chances que teve, acaba empatando (no caso, 1 x1 com o Papão). E como o filme é o mesmo, o final também é: reclamações, vaias, contestação de Antônio Lopes, nervosismo e principalmente frustração.
Tudo porque o Coxa mostrou novamente seus defeitos quando joga em casa. O primeiro a aparecer foi o péssimo aproveitamento. Foram no mínimo dez chances claras de gol (contando com o pênalti mal cobrado por Tuta, no início do segundo tempo), e o time só conseguiu um, ainda no primeiro tempo, após boa trama de Jucemar e Rafinha, que deixaram o centroavante coxa na frente de Paulo Musse.
Só que naquele momento o jogo estava 1 x 0 para o Paysandu minutos antes, Carabina ganhou de Ricardo e cruzou para Cláudio abrir o placar. Foi o único descuido grave do Cori em todo o primeiro tempo. De resto, era a equipe que o técnico Antônio Lopes esperava: consciente, bem postada, marcando forte e saindo em contra-ataques. “Criamos boas jogadas, fizemos o mais difícil, que é chegar ao gol adversário”, diz o treinador, que ressalta os erros. “O Coritiba precisa acertar mais nas situações de gol”.
Só que terá que corrigir também o segundo defeito, que é recorrente. Até o pênalti perdido por Tuta, o time rendia. Depois, o nervosismo tomou conta do estádio torcedores, técnico e principalmente os jogadores sentiram a necessidade da vitória e sucumbiu emocionalmente. Exemplos? Em uma cobrança de lateral, Jucemar viu cinco jogadores pedindo a bola e não lançou para nenhum deles; depois, Laércio (que substituiu o lateral) cobrou o manual na testa de um jogador adversário; para fechar, o gandula, assustado, não conseguia sequer devolver as bolas para Fernando.
O “Pérola Negra” talvez tenha sido o jogador mais afetado pelo desespero. Ele foi muito vaiado e nada rendeu, chegando a tropeçar na bola. “Acho que em algumas oportunidades a ansiedade atrapalha. A torcida cobra e o jogador sente”, admite Antônio Lopes. Mas, na chance mais clara do segundo tempo, não foi só o nervosismo que influiu. Alemão recebeu livre, e na hora de chutar um desnível do campo fez a bola quicar o atacante mandou de canela, e perdeu o gol.
Mais uma vez cobrado, Antônio Lopes garante que o time vai crescer. “Jogamos bem mais uma vez, mas precisamos colocar para dentro. E a torcida precisa saber que o que eles querem é o mesmo que nós queremos”, afirma. Por sinal, os torcedores alviverdes esperam que a sessão de cinema de amanhã também seja de reprise: no caso, um “revival? do Coxa determinado das partidas contra Vasco e Cruzeiro.
Aristizábal fica no banco contra o Figueira
Para a partida de amanhã, às 20h30, contra o Figueirense, em SC, o Coritiba será Aristizábal e mais onze. Isso porque o atacante, que ainda se recondiciona fisicamente, não vai começar jogando, e sim ficará no banco de reservas e entrará apenas no segundo tempo. A iniciativa da comissão técnica serve para preparar o colombiano para que volte bem ao time – e, desta vez, fique nele.
A intenção inicial do técnico Antônio Lopes era colocar Ari no segundo tempo do jogo de sábado contra o Paysandu.
O principal problema de Lopes para a partida está no ataque. Alemão recebeu o terceiro cartão amarelo contra o Paysandu e é desfalque certo. Em contrapartida, Luís Carlos Capixaba está de volta à equipe, e esse retorno pode fazer o Delegado mudar a fora do Coritiba jogar.
Sem Rodrigo Batata, que já acertou com o Puebla, o Coritiba articula com mais rapidez o retorno de Jackson, que defendeu o clube no Brasileiro do ano passado. A negociação está sendo tratada diretamente pelo presidente Giovani Gionédis.