O Coritiba está a uma vitória de se classificar para as semifinais do Campeonato Paranaense. Com o empate de ontem por 1 a 1 com o Adap Galo, em Maringá, o Alviverde só precisa vencer uma das duas partidas que restam nesta segunda fase da competição, contra Cascavel ou Paraná Clube. O resultado ainda ajudou o Coxa a manter a invencibilidade, que agora chega a 12 jogos sem saber o que é derrota. O próximo compromisso da equipe do Alto da Glória, no entanto, será contra o Ulbra (RO), quarta-feira, em casa, pela Copa do Brasil.
Como já era esperado por todos no Coritiba, enfrentar o time da Cidade Canção seria uma verdadeira batalha. Estava em jogo a classificação de um dos dois e quem mais precisava do resultado era o Adap. Para o Alviverde, um empate seria suficiente para manter a vantagem de quatro pontos e ficar à vontade para se classificar diante do Cascavel, saco de pancadas do Grupo A. Por isso, o técnico Guilherme Macuglia armou a equipe fechada, para explorar os contra-ataques que o adversário daria ao partir para cima.
Bolas na trave
A tática deu certo e o Coxa só não saiu com a vitória porque Eanes e Anderson Gomes perderam oportunidades preciosas de matar a partida. Isso não quer dizer que o Adap não teve outras oportunidades. Apesar de o goleiro Artur não ter feito grandes defesas, o alvinegro de Maringá mandou duas bolas na trave e teve o maior domínio de jogo. Mesmo assim, o Coritiba soube se defender e ameaçou várias vezes a meta do goleiro Vílson, que fez boas defesas.
O arqueiro maringaense só não conseguiu segurar a bola de Rodrigo Mancha, que aproveitou cobrança de falta da direita e a falha geral da zaga para mandar no canto. Perdendo, Itamar abriu ainda mais a equipe, que já vinha com várias mudanças para buscar a vitória. Com mais jogadores criativos na meia, o Adap chegou ao empate com Cipó. O arisco meia conseguiu o empate de cabeça.
O jogo melhorou e o Coritiba só não desempatou porque faltou precisão a Keirrison e Anderson Gomes, que tiveram boas oportunidades.
Macuglia cobra mais eficiência do ataque
O Coritiba tomou sufoco, duas bolas na trave, arrancou um empate contra o Adap Galo, mas o técnico Guilherme Macuglia não gostou da produção do ataque. Ex-matador, o treinador lamentou os erros nas finalizações, que poderiam ter deixado a partida mais fácil e já garantido a passagem para a semifinal do Paranaense. ?É uma deficiência nossa o contra-ataque, para definir o jogo quando a outra equipe adianta seus jogadores e nós temos que melhorar nesse aspecto porque tivemos várias chances de ?matar? e não ?matamos??, apontou.
Segundo ele, essa falta de pontaria deixou a defesa passando sufoco, mas o time conseguiu se portar bem mesmo assim diante do time de Maringá. ?Vacilamos em determinados momentos, tivemos uma posse de bola boa, mas faltou a definição quando estávamos sendo pressionados e uma chegada mais forte do meio?, analisou. O ponto conquistado, no entanto, foi comemorado pelo treinador, que garante a equipe
na semifinal com uma vitória na próxima partida. ?Queríamos fazer quatro pontos contra o Adap, aqui (no Willie Davids) é muito difícil e é uma equipe que foi montada para chegar?, elogiou.
Retenção de bolaDe acordo com o treinador alviverde, a pressão foi do adversário, mas as melhores chances foram do Coxa. ?Poderíamos ter saído com a vitória, mas eles tiveram o mérito de pressionar, adiantar a marcação e nós não fomos capazes de definir o jogo quando tivemos a oportunidade?, disse. Para ele, os jogadores estão sendo muito técnicos. ?Falta a retenção de bola. Alguns ainda são meninos e, na hora do choque, eles perdem as bolas e, como estamos sendo pressionados, é importante segurar essa bola?, finalizou.
Após a partida, a delegação voltou de Maringá direto para Curitiba. Hoje à tarde, quem atuou faz um trabalho regenerativo enquanto os demais jogadores fazem um treino técnico e físico. Amanhã, Macuglia comanda um coletivo apronto para definir a formação que irá enfrentar o Ulbra (RO) pela Copa do Brasil. O meia Pedro Ken volta enquanto Marlos será reavaliado pelo departamento médico. Já o atacante Muñoz deverá aparecer no banco.
CAMPEONATO PARANAENSE
2.ª Fase – Grupo A – 4.ª Rodada
Local: Willie Davids (Maringá)
Árbitro: Antônio Denival de Moraes
Assistentes: Gilson Pereira e Juvenal Pereira Oliveira
Gol: Rodrigo Mancha (C) a 1 minuto; Cipó (AG), 30? do 2.º tempo
Cartão amarelo: Juninho, Lino, Rodrigo Mancha, Túlio (C); Deivi e Amaral (AG)
Renda: R$ 55.998.
Público: 6.321 pagantes
Adap Galo 1 x 1 Coritiba
Adap Galo
Vílson; Deivi, Dezinho, Lino e Ramon (Ivan, 28? do 2.º); César Gaúcho (Cícero, 36? do 2.º), Amaral Rosa, Cipó e Barbieri (Alex Paulista, 7? do 2.º); Adriano e Warley. Técnico: Itamar Bernardes
Coritiba
Artur; Ânderson Lima (Douglão, 34? do 2.º), Henrique, Leandro e Douglas Silva; Rodrigo Mancha, Juninho, Túlio e Geraldo; Eanes (Ânderson Gomes, 1? do 2.º) e Keirrison (Rafael Santiago, 41? do 2.º). Técnico: Guilherme Macuglia
Douglão cobra mais respeito à camisa alviverde
Bastou o apito final do árbitro para o zagueiro Douglão desabafar. Para ele, está faltando respeito à camisa do Coritiba e os 4 pontos conquistados contra o Adap Galo mostra que o time está mais vivo do que nunca. ?A equipe veio forte, não se intimidou de maneira alguma, viemos para conseguir os três pontos, perdemos grandes oportunidades e o nosso time está provando que se superou, para quem falou que não iríamos fazer os dois resultados?, disparou o defensor.
Para ele, um time quase centenário merece mais respeito. ?O Coritiba tem 97 anos, vai fazer 98 este ano e é preciso mais respeito com a camisa do clube?, apontou.
O recado era claro para a diretoria do Adap Galo, que chamou a equipe alviverde de envelhecida e que sucumbiria jogando no Willie Davids. ?Foi muito importante esse empate porque deu mais tranqüilidade e praticamente nos classificamos?, concordou o volante Rodrigo Mancha.
Decisão
Segundo o meia Geraldo, o time está passando por um momento em que cada jogo é uma decisão. ?Quando nós perdemos, somos criticados por uma parte da torcida injustamente, porque dentro de campo estamos dando o máximo e lutando da melhor maneira possível?, apontou o jogador. Por isso, ele pede a compreensão e a presença do torcedor contra o Ulbra (RO). ?Espero que eles lotem o estádio na quarta-feira e no domingo, para que a gente possa sair classificado em mais duas batalhas?, finalizou.
Jantar pra homenagear Paulo Vecchio
O ?Homem do Gol de Ouro?, Paulo Vecchio, recebe hoje uma homenagem especial do Coritiba. No encontro mensal realizado para rever grandes ídolos do passado, a vez será do meia, que marcou o gol do título do Campeonato Paranaense de 1968 em cima do Atlético, numa partida realizada na Vila Capanema. O encontro com o ex-jogador, de 64 anos, vai acontecer no Restaurante Cascatinha, às 19h30, e o convite custa R$ 20.
Gaúcho de Porto Alegre, Vecchio começou a carreira no Internacional, passou por São Paulo, Londrina e Ferroviário antes de assinar com o Alviverde. Chegou a atuar por apenas um jogo no Alto da Glória, num confronto contra a seleção húngara, mas acabou indo para o Metropol. Quando o Atlético se interessou pelo jogador, uma manobra de Munir Calluf o fez preferir vestir a camisa do Coxa.
Cotovelada
Estas e outras histórias devem ser relembradas por ele e alguns de seus velhos colegas hoje, mas a principal deve ser o gol do título de 1968. Segundo relatos do Grupo Helênicos, que resgasta a história coritibana no site www.historiadocoritiba.com.br, na hora do cabeceio, Vecchio também acertou uma cotovelada em Bellini, mas o gol valeu e deu o caneco ao Coritiba. Maiores informações sobre o encontro podem ser obtidas pelo telefone 41 3218-1909.