Cuca descartou retiro para
o elenco que, na visão do treinador, já passou muito tempo
?concentrado? neste ano.

"Temos que pensar que este resultado será assunto dos próximos quinze dias". O técnico do Coritiba Cuca já tinha avisado, antes mesmo do jogo contra o Juventude. Com a derrota, o Coxa terá que digerir mais um resultado negativo dentro de casa até o reinício do campeonato brasileiro. O triunfo do time de Ivo Wortmann só reafirmou um problema alviverde nas últimas temporadas – o irregular desempenho no Couto Pereira.

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As derrotas no Alto da Glória foram alvo até de um pacto em 2003. Após maus resultados nos primeiros jogos (derrotas para Internacional e Cruzeiro), o técnico Paulo Bonamigo convocou os jogadores a buscarem vitórias em casa a ?qualquer custo? – ainda assim, o Coxa chegou a ser goleado pelo Santos por 4×0. A iniciativa deu certo, e os catorze resultados positivos no Couto foram decisivos para a classificação da equipe para a Libertadores – conquistada, por sinal, em um 2×0 em casa sobre o Criciúma.

No ano seguinte, a idéia era semelhante, mas o rendimento não foi o mesmo. Apenas sete equipes venceram menos em casa que o Cori, que teve aproveitamento de pouco mais de 55%. E foram sete derrotas no Alto da Glória, para São Paulo, Corinthians, Atlético, Juventude, Atlético-MG, Vasco e Santos. Para piorar, torcida e comissão técnica viviam às turras – chegando ao ponto de muitos torcerem contra o Coxa e a favor do Peixe, para que Antônio Lopes saísse e o Atlético não conquistasse o título nacional.

Agora, está tudo em paz: a torcida vai ao estádio (a média é de mais de 22 mil pessoas por jogo) e apóia o tempo todo, o time é treinado por Cuca, que era o ?sonho? da maioria dos torcedores e os resultados eram satisfatórios. Mas, no Couto, foram duas derrotas em três jogos – o 3×2 do Santos e o 2×1 do Juventude. Vitória somente contra o Palmeiras. O aproveitamento é, no momento, de 33%.

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Para o técnico Cuca, o caso do jogo de domingo é específico. "Nós tivemos muitas chances de marcar, e não aproveitamos uma penalidade a nosso favor", comenta ele, que lamenta o erro de Miranda – assumido pelo próprio zagueiro, que se disse "responsável" pela derrota para o time de Caxias do Sul.

Agora, o comandante alviverde espera que o grupo saiba superar o fracasso no Couto Pereira. "Todos sabem da qualidade dos jogadores, e espero que a gente consiga superar este resultado", diz Cuca.

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Intertemporada será de ?descanso? para alviverdes

A ?intertemporada? do Coritiba começa hoje. Serão doze dias de trabalhos até a retomada do Campeonato Brasileiro, que para o Coxa acontece no dia 12, contra o Vasco, em São Januário. É o tempo que o técnico Cuca ainda não teve para impor seu estilo e até mesmo para colocar definitivamente sua filosofia de jogo para o elenco. Mas foi descartado qualquer tipo de ?exílio? neste período.

Cuca sabe que o grupo alviverde passou neste 2005 por uma provação. ?Os jogadores não descansaram direito até agora. Primeiro, foi o período em Maringá, mais de um mês concentrados. Depois, o time jogou a final do Paranaense contra o Atlético e no dia seguinte já estava reunido para jogar pela Copa do Brasil. Eles precisam de um período de recuperação?, afirma.

Por isso nem se pensou em reunir o elenco em um hotel – eles vão para os treinos e depois voltam para suas casas. ?Vamos trabalhar no CT mesmo, que dá todas as condições da gente treinar neste período?, explica o treinador coxa, que pretende exigir do grupo nestes doze dias. ?Temos este tempo para melhorar várias situações e tenho certeza que vamos evoluir ainda mais?, finaliza.

Enfermaria

O período de interrupção do Brasileiro serve também para Cuca ter à disposição os jogadores lesionados. No momento, estão no departamento médico o goleiro Fernando, o zagueiro Flávio, o volante Reginaldo Vital, o armador Marquinhos e o lateral-esquerdo Rubens Júnior, que se machucou dez minutos depois de entrar na partida de domingo contra o Juventude.

Uniformes ainda geram polêmica

A "crise dos uniformes" na partida entre Coritiba e Juventude virou notícia nacional – afinal, não é sempre que uma equipe profissional disputa uma partida de campeonato com coletes rasgados. O Ju, que não tinha uniforme reserva, teve que improvisar e chiou, culpando o Coxa pela situação. Por meio da assessoria de imprensa, a diretoria alviverde informou que usou de seu direito garantido no regulamento do brasileiro, que diz que o clube mandante pode usar seu uniforme principal. E que uma possível mudança implicaria em outros problemas, inclusive com patrocinadores. Além disso, a direção coxa garante ter informado na segunda passada que jogaria com a camisa tradicional.