As grandes vitórias do Coritiba nos últimos anos foram movidas a transpiração. Mais que atuações brilhantes e jogos inesquecíveis, os triunfos alviverdes aconteceram com a dedicação extrema dos jogadores, a forte marcação e a superação das dificuldades técnicas com entrega e disposição.
Essa fórmula parece ter sido esquecida nesta temporada, e por isso a intenção alviverde é retomar a sua ?tradição? para vencer o Fluminense às 18h10, no Couto Pereira.
Os remanescentes dos bons momentos do time nos anos passados (bicampeonato paranaense, vaga na Libertadores em 2003, a liderança no brasileiro de 2002, as semifinais da Copa do Brasil e Copa dos Campeões de 2001) reconhecem que em nenhuma daquelas campanhas o time foi brilhante. "Nós sempre tivemos a marcação como nosso forte", diz o capitão Reginaldo Nascimento. "Às vezes nós não atuávamos com categoria, mas conquistávamos o resultado com muita dedicação", completa o meia Jackson.
Neste brasileiro, isso poucas vezes aconteceu, uma delas contra o próprio Flu, que assim como hoje entra em campo na ponta da tabela. "Até jogamos bem, mas nos descuidamos em algumas partidas", afirma Jackson. Mesmo em casa, com o apoio da torcida, o Cori nem luziu nem foi o Coxa de outros anos. "A gente tem a obrigação de conquistar as vitórias e mostrar o que o torcedor está esperando, porque nós ainda estamos devendo para ele", confessa o goleiro Douglas.
Hoje o Coritiba tem uma "chance de ouro". Será a quinta – e última – partida alviverde na promoção da Nestlé, e mais uma vez o Couto Pereira deve ter público total superior a trinta mil pessoas (foram colocados para troca 29.060 ingressos). "Nós temos que aproveitar a vantagem que é jogar em casa, para conseguir embalar no brasileiro", diz Jackson. "Eu quero sempre jogar em casa, ainda mais com a nossa torcida", garante o técnico Cuca, que ainda não definiu a equipe.
Ele tem dúvidas no meio e na defesa. Com Caio confirmado no ataque, três jogadores disputam duas vagas Peruíbe, Rodrigo Batata e Jackson. Cuca diz estar estudando as características de cada um, para decidir qual dupla será mais interessante enfrentando o líder do brasileiro. "Cada um me dá uma melhora em um setor específico do campo", resume o treinador, que evita comentar a tática do Cori para evitar a ?espionagem? de Abel Braga. Além da formação do meio-campo, o técnico ainda não decidiu se Nascimento será o terceiro zagueiro ou o primeiro volante. Ou as duas coisas.
Para Cuca, apesar de todo o esconde-esconde, o mais importante na partida não será a tática, e sim a atitude. "Todo mundo já sentiu o que precisa fazer para vencer o jogo. As lições foram doídas, mas a gente não esquece mais", admite o técnico. "É melhor assim para aprender de vez", resume o zagueiro Allan.
Aprendizado que será decisivo nesta partida contra o Flu, a primeira da série de cinco que podem decidir o rumo coxa na competição. "Se entrarmos mais atentos aos detalhes, com certeza vamos vencer", afirma Reginaldo Nascimento. "A gente sabe da nossa capacidade, mas é preciso mais que isso. Vamos lutar muito para vencer o Fluminense. E conseguir isso representará muito, vai ser a nossa arrancada", finaliza Jackson.
Fluminense ataca para manter a ponta
Rio (AE) O Fluminense será extremamente ofensivo para manter a liderança no brasileiro. O técnico Abel Braga escalou a equipe com três atacantes (Beto, Tuta e Leandro) para superar o Coritiba. Entre precaver e ousar, o treinador tricolor geralmente escolhe a segunda opção. "O Fluminense sempre joga para frente e eu prefiro armar minhas equipes assim. Além disso, o Coritiba faz forte marcação individual, então vou tentar empurrá-lo para o próprio campo", declarou Abel Braga, confiante em mais uma boa exibição do tricolor.
O meia Preto Casagrande não vê problema em se sacrificar na marcação em prol do Fluminense, mas pede a colaboração dos atacantes na hora em que a equipe não estiver com a posse de bola. Para ele, o clube não pode bobear, pois passou a ser visto de outra maneira pelos adversários. "O time é o centro das atenções. Chegou ao topo e todos vão querer nos derrubar", disse Preto Casagrande, que prevê dificuldades em enfrentar o Coritiba, sob o comando de Cuca. Lembrou, inclusive, que no primeiro turno o Fluminense foi surpreendido em casa: perdeu por 4×2. "É sempre complicado vencê-los. Os jogadores precisam dar um algo a mais, se superar em campo. A equipe tem que melhorar sempre, não pode estacionar", afirmou o meia, feliz pela união do elenco.
CAMPEONATO BRASILEIRO
CORITIBA X FLUMINENSE
Coritiba: Douglas; James, Douglas Ferreira, Allan e Rubens Júnior; Reginaldo Nascimento, Luís Carlos Capixaba, Rodrigo Batata (Peruíbe) e Jackson; Caio e Renaldo. Técnico: Cuca
Fluminense: Kléber; Gabriel, Gabriel Santos, Igor e Juan; Arouca, Preto Casagrande e Petkovic; Beto (Rodrigo Tiuí), Leandro e Tuta. Técnico: Abel Braga
Súmula
Local: Couto Pereira
Horário: 18h10
Árbitro: Leonardo Gaciba da Silva (FIFA-RS)
Assistentes: Altemir Hausmann (FIFA-RS) e Sérgio Buttes Cordeiro Filho (RS)