O artilheiro original usa trancinhas e está na Grécia. O que chegou ontem, e já foi embora, é um desconhecido, nascido no Rio e que joga no interior paulista. |
O Coritiba caiu no conto do Tico Mineiro (ou seria Mico Mineiro?). Pensou estar comprando o conhecido artilheiro com passagens por várias equipes do Brasil mas trouxe um desconhecido do interior de São Paulo. É mole? Pode acreditar, o Alviverde acrescentou mais uma história ao já rico folclore do futebol paranaense. Para não piorar a situação, a direção do clube fez questão que Genílson realizasse todos os exames físicos e médicos, assinasse o contrato para só depois vestir a camisa do Glorioso.
Na reapresentação de Edinho Baiano e Roberto Brum na segunda-feira, o secretário Domingos Moro, fez questão de anunciar a toda a imprensa a contratação de Tico Mineiro. “Ele é um goleador, tem trancinhas que lembram o Oséas e promete sucesso aqui”, vibrou. Tanta propaganda fez crescer a expectativa pela apresentação do atleta. O encanto começou a ser quebrado quando o técnico Paulo Bonamigo chegou ao CT para treinar a equipe e revelou que o jogador não viria mais. O motivo só Moro poderia informar.
Após 35 minutos de atraso e visivelmente constrangido (o dirigente alegou morte na família), Genílson foi apresentado ao lado do próprio Moro, do coordenador Sérgio Ramirez e de dois conselheiros. De Tico Mineiro, nada. De acordo com Moro, a razão seria uma barreira “contratual intransponível”. “Se criou uma situação que não poderia ser contornada”, explicou o dirigente.
Nem teria como contornar uma situação dessas. A reportagem apurou que ao contrário do Tico Mineiro original, o contratado pelo Coritiba era branco e jovem. E que nem mineiro é. O rapaz que foi uma das promessas da Francana no Campeonato Paulista da segunda divisão nasceu no Rio. Apesar do certo prestígio em São Paulo, a direção do Coritiba embarcou o jogador e seu procurador de volta e desfez o negócio. O verdadeiro Tico Mineiro (que tem trancinhas tipo Oséas) está jogando na Grécia.
Reforços
Após nova desfeita (o clube já havia perdido Gil Baiano), o Coxa volta a procurar um atacante para fechar o elenco.
Genílson chega prometendo gols
Micos à parte, o atacante Genílson já se apresentou e promete reeditar no Coritiba o mesmo futebol apresentado no Rio Branco de Americana e no Figueirense, clubes nos quais foi artilheiro e deixou marcada a sua passagem. Aos 28 anos e com o passe preso ao Malaga, o atacante tem o título de maior artilheiro Catarinense ao marcar 28 gols em 1999.
O Estado – Qual é a expectativa de jogar pelo Coritiba?
Genílson – É uma oportunidade que qualquer jogador queria, de estar disputando o Brasileiro da Série A e numa equipe que já foi campeã também. Espero corresponder às expectativas.
O Estado – Você é o artilheiro que o Coritiba precisa?
Genílson – A gente chega com o intuito de procurar fazer o melhor e artilharia depende do trabalho. Antes de tudo, temos que pensar no grupo. Artilharia é consequência. (RS)