Uma das músicas mais empolgantes sobre futebol, composta pelo grupo mineiro Skank, fala descaradamente que o centroavante é o mais importante do time.
Na situação em que o Coritiba entra em campo amanhã, no segundo Atletiba da final do campeonato paranaense, essa afirmação cai por terra. Os holofotes até podem estar sobre o ex-atleticano Tuta, que terá ao seu lado astros do quilate de Aristizábal e Luís Mário, mas quem pode decidir o título é a defesa. Se não tomar nenhum gol, o Coritiba sagra-se campeão na Arena da Baixada, em função da vantagem de jogar por um empate, conquistada após a vitória por 2 a 1 no primeiro clássico, no Couto Pereira.
A responsabilidade de segurar o ataque atleticano, que pela necessidade da vitória vai partir para cima do Coxa, está bem delineada na zaga alviverde. O capitão da equipe, Reginaldo Nascimento, acredita que até mesmo pela formação escolhida pelo técnico Antônio Lopes – jogar com três atacantes – a vida da defesa coritibana não vai ser fácil. “Eles vêm para cima e como temos um ataque de qualidade, há a tendência do time subir em bloco. A atenção principal terá que vir nos contra-ataques”, diz. Prevendo as subidas rápidas pelas alas, especialmente pelo lado esquerdo, onde joga Marcão, a orientação dada aos laterais é atenção máxima.
Consciente, Jucemar assegura que vai dar gás dobrado para ter qualidade tanto na defesa quanto no ataque. “Com a entrada do Tuta, temos que manter a qualidade do apoio para servi-lo nas jogadas aéreas. Por outro lado, temos que fechar bem a defesa. Vai ser uma correria, mas estou pronto”, diz confiante.
Tranqüilo
A despeito da responsabilidade da defesa, o jovem Miranda transmite uma segurança surpreendente para um atleta recém-saído das categorias de base. Mesmo sabendo que um empate dá o título ao Cori, ele não acredita que a zaga tenha que mudar o modo de jogar. “Eu e Reginaldo estamos entrosados e o jeito que estamos jogando está surtindo efeito. Se mantivermos o trabalho, tudo vai dar certo. Pelo menos a nossa parte será feita”, acredita. Apesar dessa ser a sua primeira decisão como profissional, Miranda torce para que a história da final do campeonato paranaense de juniores do ano passado se repita. Na disputa do título com o Rubro-Negro, o Coritiba foi o campeão.
Time só depende de Adriano jogar
O técnico Antônio Lopes não faz rodeios. Ontem à tarde, após o treinamento coletivo realizado no Couto Pereira, ele confirmou a equipe titular que entra em campo contra o Atlético, amanhã, às 16h, na Arena da Baixada. Com a recuperação do atacante Tuta, ele vai para o jogo com três atacantes – Aristizábal e Luís Mário fecham a trinca de ouro.
A única dúvida na equipe está na lateral-esquerda. O titular Adriano, grande destaque do campeonato, sofreu uma contratura na coxa direita durante a partida contra o Sporting Cristal, na terça-feira, e segue em tratamento intensivo. Se ele ficar de fora, Ricardinho está confirmado, de antemão. “Não gostaria que Adriano ficasse de fora por tudo o que ele tem feito. Mas o Ricardo está bem também. Entreou bem no jogo contra o Cristal e tem minha confiança”, disse o treinador após o coletivo de ontem.
Animado com a possibilidade de jogar o último jogo da decisão, o jogador diz que está pronto para o desafio. “Tenho conversado com o Adriano e ele está com muita vontade de jogar. Mas eu também estou com muita vontade e se tiver que jogar, vou corresponder.”
Ricardinho tem um motivo especial para desejar tanto ser escalado para a grande final. Curitibano e torcedor do Coxa desde pequenino, ele cansou de ir ao estádio para torcer para o seu time. “Minha família é quase toda coxa e cresci nesse ambiente, lá no Pilarzinho. Tem uns perdidos que torcem para outros times, mas pra eles a gente dá banana”, brincou o jogador, que contará com uma torcida pra lá de especial no clássico. “Eu jogando ou não, certamente minha família vai estar ligada, torcendo muito pelo Coritiba”.
Se por um lado com a entrada de Ricardinho a equipe perde na velocidade pela ala-esquerda, por outro ganha mais um cobrador de faltas. Ontem, após treinar no time de cima no coletivo, ele se juntou a Luís Mário e Jucemar no treinamento de cobranças de falta.
