São Paulo (AE) – Corinthians e Palmeiras fizeram em 2005 suas mais caras e comentadas contratações dos últimos anos. Montaram equipes estelares, colecionaram derrapadas iniciais e trocaram duas vezes de técnico. Grandes e jovens jogadores como o palmeirense Marcinho e o corintiano Carlos Alberto ainda não responderam por completo às expectativas neles depositadas.

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Os dois times, arqui-rivais, com campanhas apenas regulares neste campeonato brasileiro, enfrentam-se às 16h, no Morumbi, com muito em comum. Ambos buscam afirmar uma nova identidade. E ambos, em caso de derrota, podem contratar Emerson Leão para completá-la.

Desempregado desde que deixou o Vissel Kobe, no mês passado, o ex-técnico do São Paulo verá o clássico em posição confortável: sabendo poder receber um convite de trabalho logo na segunda-feira. Se será do Palestra Itália ou do Parque São Jorge, depende do resultado do Morumbi. "Quando cheguei do Japão, não queria saber de ver televisão. No começo pensei: no ano que vem eu volto a trabalhar", diz Leão. "Aí parei e vi que ainda estávamos no meio de 2005. Agora, depois de algum tempo de volta ao Brasil, já acordo e vou pegar o jornal que assino, já acompanho o noticiário. Estou pronto para conversar."

Assim, sob a sombra de Leão, Márcio Bittencourt e Paulo Bonamigo farão suas estréias como técnicos num Palmeiras x Corinthians. No time do Parque São Jorge, Márcio terá força máxima. Não tinha desfalques e ganhou o reforço do volante argentino Javier Mascherano, recém-contratado. Será o mais galáctico do Corinthians, com sete aquisições feitas pela MSI.

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O clássico marca ainda o reencontro dos jogadores corintianos com a torcida. Após um mês obrigado a mandar seus jogos com os portões fechados, em razão das invasões de campo no clássico com o São Paulo, no Pacaembu, o time terá o apoio da Fiel para se reerguer após as duas derrotas consecutivas no campeonato brasileiro. "Com os torcedores do nosso lado, a emoção é bem maior", comentou o zagueiro Betão.

Do lado do Palestra Itália, são seis jogos alternando vitórias em casa com derrotas fora. Com a suspensão do meia Juninho compensada pela estréia do zagueiro Gamarra, Bonamigo promete um Palmeiras ofensivo, com liberdade aos laterais, e prevê um clássico de muitos gols. "Os dois precisam ganhar. Será um jogo de ataque. Mas o Palmeiras precisa mais por ter 13 pontos (contra 16 do adversário)", diz.

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Pelos números, Bonamigo parece estar certo. Palmeiras e Corinthians marcaram 18 gols cada, em 10 jogos, perdendo apenas para a Ponte Preta, que fez 20. Também têm defesas entre as mais vazadas (19 vezes os corintianos, 16 os palmeirenses).

As novas atrações importadas

São Paulo (AE) – Corinthians e Palmeiras têm a partir de hoje novos líderes em campo. Pelo lado corintiano, o jovem volante Javier Mascherano, de 21 anos, possui missão similar à do veterano zagueiro Carlos Gamarra, de 34, palmeirense desde a última semana. Ambos não só terão de corrigir falhas do sistema defensivo de seus times, como são candidatos fortes a futuros capitães. No Morumbi, travam o primeiro duelo.

Dois estrangeiros que precisarão de certo tempo para se adaptar ao time e à cidade. No segundo quesito, o paraguaio Gamarra sai na frente, afinal brilhou no Corinthians entre 1998 e 2000. O argentino Mascherano, por sua vez, tem a seu favor o contato com mais dois compatriotas no elenco: Carlos Tevez e Sebastian Dominguez. "Fui bem recebido por todos, espero que logo esteja totalmente adaptado", disse o volante.

Dois defensores com rara habilidade. Gamarra tem no currículo o fato de ter passado toda a Copa do Mundo de 1998, na França, com uma única falta em toda a competição. Mascherano não só marca bem, chega a ser truculento em alguns lances, como apóia com eficiência o ataque. Tanto que fez belos gols pelo seu antigo clube, o River Plate. "Vou provar aos poucos que não sou um jogador violento", garantiu o argentino. (LFT e MRL)