O sonho do torcedor do Corinthians em ver Didier Drogba jogando com a camisa alvinegra está próximo de chegar ao fim. Os dirigentes do clube, até mesmo os que queriam sua contratação, já admitem que a negociação deve fracassar e reclamam da postura do atleta, que até o momento não deu qualquer resposta para o que lhe foi oferecido.

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“Fizemos tudo que foi pedido pelo jogador e parecia que estava tudo caminhando bem, mas até o momento não deram qualquer resposta e sentimos que o negócio esfriou bastante. Vida que segue. Quem sabe possa acontecer uma reviravolta, mas, hoje, vejo Drogba no Corinthians como algo muito difícil”, disse ao Estado, uma pessoa que tem participado das negociações com o jogador.

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O Corinthians ofereceu um plano especial para os agentes do atleta, que envolvia parcerias em projetos sociais do marfinense, além de um amistoso na cidade de Abidjan, local onde o atacante de 38 anos nasceu, e algumas ações de marketing. O jogador receberia cerca de R$ 350 mil fixos, além de acréscimos por produtividade, que poderiam levar os salários a chegarem por volta dos R$ 500 mil. Tudo foi aceito pelos representantes do jogador e a negociação parecia caminhar para um final feliz.

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Os empresários de Drogba combinaram com o Corinthians de conversarem com o jogador e darem uma resposta o quanto antes. Entretanto, até o momento eles não passaram nenhum retorno e as informações que chegaram para a diretoria são de que o atacante quer esperar para tentar receber uma oferta melhor da Europa, Ásia ou do futebol dos Estados Unidos. O marfinense recebeu ofertas do Olympique de Marselha e do Montreal Impact, seu último clube, mas também não se empolgou muito. Com 38 anos, Drogba cogita até mesmo a aposentadoria.

A negociação por Drogba causou furor na torcida e uma loja do Corinthians chegou a vender a camisa com o nome do atacante. A possível chegada dele também provocou discussão entre setores do clube. O departamento de futebol era contra, por entender que ele não apresenta o mesmo vigor físico de outrora e que poderia atrapalhar o bom ambiente entre os atletas. Já o departamento de marketing via no atleta a possibilidade de valorização da marca no exterior, além de poder arrecadar muitos milhões em ações com o marfinense.

No dia 12 de janeiro, em entrevista ao Estado, o diretor de futebol, Flávio Adauto, já deixava claro sua insatisfação com a negociação. “Não teremos o Drogba. O departamento de futebol não entrou nessa história e, com todo o respeito, não aprova essa intenção e esse caso não irá prosperar. Só lamento pelo torcedor. Frustrá-lo é um grande desrespeito”, disse. No dia seguinte, deu uma entrevista coletiva onde mudou o tom e afirmou que poderia ouvir o que o marketing pretendia fazer com o jogador, mas mesmo assim, em momento algum se mostrou convicto de que seria um bom negócio para o Corinthians.

No início das negociações, alguns dirigentes do Corinthians chegaram a temer que tudo fosse invenção, pois um empresário brasileiro foi quem entrou em contato com o clube falando da possibilidade do negócio. Apenas quando chegaram em Londres, para conversar com os representantes do atleta, é que os corintianos tiveram certeza de que, de fato, existia uma possibilidade de contratar o marfinense, que já foi citado em diversos clubes brasileiros nos últimos anos, mas nunca atuou no futebol sul-americano.