Vencer o Boca Juniors por pelo menos dois gols de diferença é a missão do Corinthians para avançar às quartas de final da Copa Libertadores, nesta quarta-feira, às 22 horas, no estádio do Pacaembu, que estará tão lotado como na final de 2012. É justamente aquele placar de 2 a 0 que o atual campeão vai perseguir porque se sofrer apenas um gol dos argentinos terá de fazer três. E esse é o maior temor – a eliminação para o Flamengo, em 2010, se deu em circunstâncias como essa.
A busca desse time pelos gols se dará desde o início do jogo, empurrado por mais de 35 mil fiéis – os ingressos já estão esgotados. O Corinthians promete ser agressivo, até mais que foi na vitória por 2 a 1 contra o Santos, pela primeira final do Campeonato Paulista. O que o técnico Tite sonha consertar é o aproveitamento do setor ofensivo. Ele quer que o time crie tantas jogadas como foi no clássico, mas que essas chances se convertam em gols.
Há uma barreira que precisa ser superada, prevê o treinador. O Boca Juniors não deixará tantos espaços como o Santos no jogo do último domingo. Tite e também os jogadores esperam encontrar uma retranca pela frente – o técnico Carlos Bianchi vai armar um 4-5-1 e jogar por uma bola: um gol.
O antídoto a essa estratégia do Boca Juniors pode ser a bola área, uma arma que o Corinthians não utiliza de uma maneira obsessiva – esse time de Tite já mostrou que busca o gol de outras maneiras. Mas a jogada pelo alto não pode ser desprezada. Na maior parte do treino desta terça, o único antes do jogo, Tite treinou insistentemente a bola área que caía na área de todos os lados.
Em cobranças de falta, escanteio e até vindas da lateral. Esta é uma manjada, mas perigosa jogada: Alessandro cobra o lateral com força, Danilo ou Gil dá uma “casquinha” na bola na primeira trave e Guerrero ou outro atacante toca para o gol.
Até mesmo cobranças de pênalti – a vaga será decidida assim se a partida terminar 1 a 0 para o Corinthians no tempo normal. O zagueiro Gil e o meia Danilo foram os melhores, mas Tite ainda não decidiu quem são os cinco cobradores da primeira série.
O que a vitória contra o Santos ensinou de melhor se repetirá. Danilo continua armando o jogo pelo meio, pela faixa central do campo, Romarinho fica na direita e Emerson pela esquerda. Guerrero, pivô e bom cabeceador, deve ser ainda mais importante para o time.
O fato de o Corinthians não ter decidido, em 2012, um mata-mata em casa em desvantagem no placar não assusta. “É uma situação nova, mas não muda nada. A postura da equipe não pode mudar”, disse Emerson, autor dos dois gols na decisão do ano passado.
Pesa contra o Corinthians o retrospecto pessoal de Carlos Bianchi, que como treinador jamais viu seu time cair para uma equipe brasileira em mata-matas na Libertadores (seis vitórias, dirigindo Vélez Sarsfield e Boca Juniors). O técnico reconduziu Riquelme ao time, apostando que a experiência e cadencia de jogo do experiente meia conduza seu time a vitória. Esta aí um novo desafio para essa equipe de Tite que se acostumou e quebrar todos os recordes.