O Corinthians tem de acender uma vela a Romero e agradecer pelo gol que fez diante do Cruzeiro, neste domingo, na sua estreia no Campeonato Brasileiro. Gol da vitória por 1 a 0 em um jogo em que a bola foi maltratada e nenhum dos dois times merecia vencer na Arena Pantanal, estádio de Copa do Mundo.

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Não se poderia esperar uma grande partida quando os dois times têm como titulares apenas os seus goleiros. Por isso, Cruzeiro e Corinthians não produziram nada de interessante desde o primeiro tempo.

Pesou contra ainda o fato de o jogo ter sido disputado em campo neutro (em Cuiabá). O mando era do time de Minas que pagou punição no Campeonato Brasileiro de 2014.

Sem a força de jogar em seus domínios, quando teria apoio de sua gente, o Cruzeiro deixou de ser atrevido. Preferiu não correr risco. Só teve uma postura mais agressiva nos primeiros 15 minutos quando se deparou com um Corinthians acovardado, retraído no seu espaço à espera de um erro do time celeste.

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Por volta dos 20 minutos, Tite avançou suas peças para instigar o adversário no seu território. E passou a propor o jogo.

A estratégia funcionou. Malcom, no setor direito, começou a infernizar a defesa cruzeirense com alguns dribles. Vagner Love também trocou a apatia pela movimentação e tirou proveito da lentidão da zaga do Cruzeiro. Criou uma boa chance de gol, mas desperdiçou com um péssimo chute que passou por cima das traves de Fábio.

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O domínio corintiano se estendeu até o fim do primeiro tempo. Faltou ao time um pouco mais de qualidade na hora de finalizar as jogadas de gol. Mas, aí, era pedir muito. Reservas, na sua maioria, não têm qualidade técnica para ditar a ordem em campo. Na maioria das vezes, eles se enroscam com a bola.

No segundo tempo, Tite voltou com uma novidade. Emerson Sheik no lugar de Danilo. Queria mais velocidade no ataque. O problema é que, com essa alteração, o Corinthians passou a ter três homens de marcação no meio-campo e sem ninguém para criar. Como a bola chegaria lá na frente?

Do outro lado, Marcelo Oliveira, na altura dos seus dois títulos do Brasileirão, também não fez nada de diferente. Trocou um volante pelo outro, um lateral por um lateral. Assim como seu colega Tite, fez do Cruzeiro um time para esticar as bolas no ataque. Sem transição.

Somando tudo isso, o jogo que já era ruim caiu ainda mais de qualidade. Um desserviço ao futebol. Um castigo aos que pagaram ingresso na Arena Pantanal, estádio de Copa do Mundo.

Cássio e Fábio viraram meros espectadores da partida. Não eram incomodados nem com chutes de longa distância. O vencedor só poderia sair de um lance fortuito. Não havia uma estratégia tática. O que se vii era um medo danado de perder de ambos os lados.

Dentro deste cenário, levou sorte quem arriscou chutar mais ao gol. E o Corinthians se deu bem. Em chute forte de Edílson, Romero, que havia entrado no lugar de Vagner Love, se antecipou a Bruno Henrique, o que não é muito difícil, e fez o gol solitário da tarde. Gol da vitória do Corinthians e um prêmio à mediocridade geral. O futebol não merece tamanho desprezo.

FICHA TÉCNICA

CRUZEIRO 0 X 1 CORINTHIANS

CRUZEIRO – Fabio; Fabiano (Mayke), Manoel, Bruno Rodrigo e Pará; Willians, Charles (Willian Farias), Gabriel Xavier (Judivan) e Marquinhos; William e Henrique Dourado. Técnico: Marcelo Oliveira.

CORINTHIANS – Cássio; Edílson, Yago, Edu Dracena e Uendel; Cristian, Bruno Henrique,

Danilo (Emerson) e Petros; Malcon (Mendoza) e Vagner Love (Ángel Romero). Técnico: Tite.

GOL – Romero, aos 36 minutos do segundo tempo.

ÁRBITRO – Anderson Daronco (RS).

CARTÕES AMARELOS – Gabriel Xavier, Charles e Willians (Cruzeiro); Edílson (Corinthians).

PÚBLICO – 11.773 pagantes.

RENDA – R$ 860.100,00.

LOCAL – Arena Pantanal, em Cuiabá (MT).