Tentando reviver os tempos do Malutrom, a diretoria do Corinthians-PR fez um apelo ao torcedor paranaense: vá ao jogo contra o Vasco-RJ com a camisa do xará paulista ou algum time local, pague meia-entrada e ajude o caçulinha da capital na Copa do Brasil. Seguindo as normas do reforço reivindicado, às 21h50, na Vila Capanema, o ingresso de arquibancadas cai de R$ 40 para a metade. Um pedido aparentemente irrecusável para os curitibanos, já que ninguém do Trio de Ferro entra em campo hoje e o povo da cidade é acostumado a valorizar o que é da casa.
No entanto, justamente por essa condição, a prática lança incertezas sobre quem vai comparecer à Vila Capanema ver o Timãozinho. Afinal, a troca de nome do J.Malucelli para Corinthians soou como traição para o povo de um Estado que antigamente foi denominado 5.ª Comarca Paulista.
“Os próprios corintianos legítimos e até mesmo aqueles paranaenses sem identidade são contra”, diz o paranista Julian Polydoro, que em 2000 apoiou a presença de jogos do Malutrom crontra Cruzeiro-MG e Uberlândia-MG na Vila. O torcedor tricolor, que trabalha como vendedor e tem 33 anos, ainda completa: “Tomara que o Vasco meta uma sacola, mesmo torcendo o nariz pro Vasco também”.
Fiel?
Não apenas os torcedores de Atlético, Coxa e Paraná carregam a incerteza sobre o comparecimento ao jogo do Timãozinho. A mesma dúvida sobre a fidelidade do público está presente entre adeptos do xará paulista. “Acho que vai alguém, talvez não uma galera muito grande. Eu mesmo sei que existe o time, qualquer hora posso até ir ao jogo”, diz o corintiano Diogo Pamplona, 20 anos, programador.
Entre os que deram opinião, ao menos um ex-atacante do Malutrom de 2000, Alessio Antunes, demonstra otimismo. “Tomara que tenha bastante torcedor, até por ser um jogo contra o Vasco. É uma boa oportunidade pro curitibano ver o Corinthians-PR”, disse o ex-atleta, hoje com 33 anos e residindo no interior do Estado.
Superação
Para o técnico do Corinthians, Lio Evaristo, os atletas do time encaram no Vasco o jogo de suas vidas. Tanto prevalece o espírito de superação que o comandante não chega nem a falar em marcação individual. “Tem que marcar o time todo, pois o elenco do Vasco é marcado pela habilidade, pela técnica”.