São Paulo –
Depois de ter sua transferência para o Sporting, de Portugal, anunciada como certa, fato que até o tirou da partida de domingo, contra o Internacional, pelo brasileiro, o sonho do atacante Liédson de jogar na Europa continua ameaçado. Desconfiados da conduta dos representantes do atleta e do Prudentópolis (donos de 70% dos direitos federativos), dirigentes do Corinthians e do Coritiba (detentor dos outros 30%) não aceitam liberar o jogador, que tem viagem para Lisboa marcada para hoje.O problema se deve a sérias desconfianças dos dirigentes brasileiros em relação aos valores apresentados. Um exemplo disso é o Corinthians. O clube, que tem direito a 25% da quantia que exceda R$ 7 milhões, foi notificado no início da tarde de ontem da proposta do Sporting. O procedimento é obrigatório, pois o clube paulista, com o qual o atleta tem contrato até o fim do ano, conta com a prerrogativa de poder oferecer o mesmo valor para mantê-lo no Parque São Jorge. Tem 24 horas para se manifestar. Mas, às mãos dos cartolas corintianos chegou oferta de US$ 2 milhões (cerca de R$ 6,6 milhões). O montante provocou estranheza, uma vez que em Portugal noticiou-se que o total chegaria a US$ 3 milhões (R$ 10 milhões). Nesse caso, o clube receberia, aproximadamente, R$ 750 mil. “Acontece que não pode desaparecer um milhão na travessia do oceano”, ironizou o vice-presidente de futebol do Corinthians, Antonio Roque Citadini.
O dirigente corintiano não diz, mas o que mais tem incomodado é a hipótese de os valores terem sido alterados para que as deduções (partes que correspondam a Corinthians e Coritiba) sejam menores. No caso, proporcionais a R$ 2 milhões. Em razão disso, os corintianos resolveram dar um “chá de cansaço” em Liédson e seus representantes (Gilmar Veloz e Marcos Rodrigues Magu). O clube paulista vai exigir que o Sporting encaminhe a proposta em papel timbrado, diretamente para a sala da presidência, no Parque São Jorge. Do contrário, ameaça encontrar caminhos legais para atrasar a liberação. O prazo para inscrições no campeonato português termina no dia 31.
Outro detalhe que irritou a cúpula corintiana foi a informação de que o jogador e seu empresário, João Alberto Ituarte, estavam na fila de espera para embarcar ontem, antes mesmo de esgotado o prazo para o Corinthians se manifestar oficialmente.
“Já tentei conversar várias vezes com o Citadini e ele não me atendeu. Vamos viajar assim mesmo”, disse João Alberto Ituarte à Agência Estado ontem, quando ainda fazia as malas. E se houver algum problema? “Então voltaremos. É simples”, afirmou.