O Campeonato Brasileiro é por pontos corridos, mas o jogo deste domingo vale como um mata-mata para o Corinthians. Ganhar do Atlético Mineiro, às 17 horas, no lotado estádio do Pacaembu, pela 36.ª rodada, significa colocar uma mão na taça do penta e, de quebra, eliminar ao menos três candidatos ao título. Uma vitória no seu palco predileto deixará pelo caminho Figueirense, Flamengo e Botafogo, que entram na rodada ainda como ameaças ao time paulista. A briga ficaria apenas com o Vasco e com o Fluminense, desde que o clube tricolor acabe com a invencibilidade de 14 jogos do Figueirense.
O triunfo ainda deixaria encaminhada a recomendação do presidente Andrés Sanchez, de que não quer saber de deixar a disputa do título para o clássico contra o Palmeiras na rodada final, no dia 4 de dezembro. “Eles ganhariam o ano e a gente perderia”, chegou a dizer o dirigente.
Andrés não admite que o fracasso de 2010, quando o time era o líder da competição restando três rodadas, se repita. Por isso, garante que vai acompanhar a equipe de perto daqui até o fim. “Vou estar mais presente, mas sem me meter no time, isso é com o Tite. E não digo que ser campeão é questão de honra não, mas temos de tentar ganhar todos os três jogos. Ano passado demos bobeira, agora não quero perder”, observou.
Depois de ficar no quase na temporada passada, Tite não esconde que o grupo está preparado para, com um ano de atraso, fazer a alegria de sua torcida. Mas não admite, em hipótese alguma, que a euforia da proximidade da taça contagie o elenco perigosamente. “Nos últimos dois anos sempre tivemos entre os quatro primeiros, isso não é pouco, é muito numa competição tão disputada”, lembrou. “A pressão aqui é de título, tudo que é menos não vale, tem de ser de Libertadores e não passa mais daí, não desce daí e essa é a marca do grande clube”, disse, com satisfação.
As cobranças, curiosamente, são definidas por Tite como o alicerce para o sucesso. “A grande vantagem que o Corinthians tem é que está sempre pressionado. Os atletas, nós da comissão técnica, temos de aprender a conviver com isso e esse grupo tem humildade de saber que precisa marcar, ter respeito”, disse. “Todos sabem onde começaram, nunca foi com grandeza. O Paulinho estava no Bragantino há um ano e meio atrás e agora é nosso vice goleador e de seleção. Vi o Ralf dizer que há dois anos terminava o ano e ficava esperando para ver que time ia aceitá-lo. Eles olham para trás e veem o quanto trabalharam. Têm ambição e muito respeito”.
Paulinho, por sinal, será a única novidade em relação ao time que fez 1 a 0 no Ceará, na última quarta-feira, em Fortaleza. Volta após cumprir suspensão na vaga de Edenílson. Alex e Adriano ficam no banco de reservas com grandes chances de entrarem na etapa final.