Era um grupo considerado inofensivo, mas bastaram três jogos para que o Corinthians percebesse que não será fácil avançar às oitavas de final da Libertadores. Assim, virou uma decisão o confronto desta quarta-feira contra o Tijuana, a partir das 22 horas, no Pacaembu – partida que marca a volta da torcida corintiana ao estádio pela competição continental, após a tragédia em Oruro.
“Precisamos vencer e também jogar bem”, disse o técnico Tite. “Brigamos pela classificação, existem grupos fáceis e outros difíceis, o Tijuana tem a melhor campanha da Libertadores, é o campeão mexicano.”
Pelas contas de Tite, são necessários 11 pontos, no mínimo, para obter uma vaga nas oitavas de final – e em segundo lugar da chave. O Corinthians está muito longe dessa meta e precisa de três jogos sem erros para evitar o que seria um vexame: o atual campeão morrer na fase de grupos.
Com quatro pontos, o Corinthians está a cinco pontos de distância do líder Tijuana e um à frente do terceiro colocado Millonarios, que nesta quinta-feira vai a Oruro enfrentar o lanterna San Jose. São três times na briga por duas vagas às oitavas de final.
No ano passado, o Corinthians avançou com a melhor campanha de seu grupo, a segunda no geral. Teve a defesa menos vazada da competição e foi campeão invicto, algo raríssimo na Libertadores. Dessa vez, a vida corintiana tem sido bem mais complicada.
Há vários diagnósticos que partem da comissão técnica para explicar esse início ruim. Dois resultados adversos, o empate em Oruro e a derrota em Tijuana, são consequência de fatores “extracampo”, como a altitude na Bolívia e o campo sintético e a longa viagem até o México.
Tanto que Tite usa como parâmetro e como ideal a partida em que o time venceu o Millonarios, por 2 a 0, no Pacaembu de portões fechados. “Gostei da equipe nesse jogo e no empate contra o Santos (0 a 0 no Paulistão), tivemos bom desempenho, embora o resultado tenha sido diferente”, avaliou o treinador.
Se o time repetir aquela atuação agora contra o Tijuana, Tite vê a vitória nesta quarta-feira como algo natural. Para ele, os mexicanos não farão no Pacaembu um jogo tão bom (e ofensivo) como foi no Estádio Caliente, semana passada, no México. “Aqui eles vão ‘picar’ mais bola”, apostou.
Tite tem razão quando pensa que o Tijuana vem a São Paulo de olho no empate. A tendência é que os mexicanos se fechem na defesa e procurem o contra-ataque, utilizando a velocidade de Fidel Martínez e Riascos.
O Corinthians descansou os titulares no fim de semana – jogou pelo Paulistão com os reservas -, depois da desgastante viagem ao México, e vai repetir a escalação que perdeu em Tijuana. O que muda é a postura. Tite quer mais marcação por pressão e ver a bola chegando mais nos atacantes Guerrero e Pato. “Os dois têm a liberdade para se movimentarem bem na frente. O Guerrero retém a bola, o Pato usa a velocidade”, explicou.
Tite treinou ainda a bola aérea, apostando ganhar o jogo num lance de bola parada. A certeza dele é uma só: “Temos de fazer nosso papel dentro de campo, a torcida fará a parte dela”.