O que era para ser uma simples negociação de aumento de salários virou guerra, com troca de acusações entre os empresários de Felipe e os dirigentes do Corinthians. Os representantes do goleiro andam indignados por "não verem reconhecimento pelo trabalho de seu cliente" e, alegando "terror" dos corintianos, publicaram uma carta nesta sexta-feira sugerindo a negociação do jogador para outro clube.
"Todos estamos desgostosos com a divulgação de valores da negociação, o que é reprovável em um país com tamanha desigualdade social", diz um trecho da nota dos empresários de Felipe. "Fica claro que os responsáveis pela negociação no Corinthians adotaram o grito de guerra da torcida (por amor ou por terror), e optaram pelo terror, esquecendo-se que a torcida já havia dedicado o amor ao atleta, o que é recíproco. O Felipe merecia outro tratamento.
Por fim, a carta assinada pelos empresários Marcelo Goldfarb e Bruno Paiva traz a seguinte afirmação: "O Corinthians esquece que detém apenas 50% dos direitos econômicos e, por contrato, deve ouvir seus parceiros, os quais já tomaram partido pelo atleta e entendem ser melhor a sua transferência, ainda que temporária, devido ao ambiente de terror criado.
Felipe tem compromisso assinado com o Corinthians até 2011. Além dos 50% do clube do Parque São Jorge, o Bragantino detém 25% dos direitos federativos do goleiro e seus empresários são donos dos outros 25%. "Relatamos o que está acontecendo, para que todos tenham ciência", disse Bruno Paiva, ao justificar a divulgação da carta nesta sexta-feira. "E não quero mais falar sobre esse assunto. Está a critério de cada um avaliar.
Os dirigentes corintianos não aceitaram os argumentos. E reprovaram a atitude dos representantes de Felipe. "Eles (empresários) que estão fazendo terror, querendo graça", protestou o diretor de futebol do clube, Nenê do Posto. "Estão completamente errados, só falando bobagens ao invés de vir no clube falar com a gente, conversar com o presidente (Andrés Sanchez). Garanto que uma única vez aqui, e o Felipe sai contente. Mas não adianta querer ganhar três, quatro vezes mais. Não vamos fazer loucuras.
O Corinthians não parece disposto a ampliar sua oferta de 80% de aumento salarial para Felipe – passaria de R$ 30 mil para R$ 55 mil mensais. Para o atacante Finazzi, por exemplo, o clube ofereceu ?apenas? 30% de reajuste para renovar. "Posso me equivocar no futuro, mas dificilmente o Corinthians vai pagar salários acima de três dígitos (mais de 100 mil)", avisou Nen~e do Posto.
No interior
O Corinthians mandará cinco jogos do Campeonato Paulista de 2008 no Estádio Wilson de Barros, em Mogi-Mirim: será contra Guarani, Paulista, Mirassol, Bragantino e Lusa. A volta corintiana ao Pacaembu, que está em reformas, deve acontecer apenas na partida contra o Guaratinguetá, dia 9 de março.
O auxiliar Mauro esteve nesta sexta-feira em Mogi e aprovou as condições do estádio da cidade, o que confirmou o mando de campo do Corinthians nos cinco primeiros jogos que fará em "casa" no Paulistão.