As finais do Campeonato Paulista que começam neste domingo representam um duelo pela supremacia no Estado. Trata-se de um tira-teima. Em 2009, o Corinthians superou o Santos, no último lampejo de gênio de Ronaldo. Em 2011, já sob a dinastia Neymar, o Santos deu o troco: foi bicampeão – e agora busca um inédito tetracampeonato.
Em meio às decisões locais, a Copa Libertadores. O Santos, campeão de 2011, foi eliminado na semifinal, em 2012, pelo Corinthians, que se sagraria campeão do continente e do mundo. Esses confrontos foram marcados, e ainda são, por um traço que separam as duas equipes. É o Corinthians, pragmático e com um jogo coletivo implacável, contra um Santos, sempre muito dependente de um lance (ou de uma tarde) brilhante de Neymar, que joga motivado a superar um rival, para ele, sempre indigesto e para conquistar aquele que talvez seja seu último título pelo time.
“Vejo esse jogo como a consolidação de dois grandes trabalhos, antes do ‘tira-teima’, são dois últimos campeões da Libertadores, e agora só um vai bater campeão paulista”, disse o técnico Tite, que não vê como motivação a chance de impedir que o rival conquiste o tetra.
O Santos conquistou o primeiro tricampeonato desde os anos 60, a década de Pelé. Hoje busca um feito que nenhum outro clube do Estado alcançou na era do profissionalismo. “Ganhar é importante porque técnico vive disso. No futebol brasileiro é assim. Tem técnico muito bom que não ganha títulos”, disse o treinador Muricy Ramalho.
O título do Paulistão é muito mais importante hoje para Muricy Ramalho do que para Tite. O técnico santista vem sendo questionado porque, segundo seus críticos, não dá padrão de jogo à equipe mesmo após reforços como Cícero, Montillo e Marcos Assunção, que é reserva. Além disso, o Santos não deslanchou no Paulistão como todos pensavam porque era o únicos dos grandes que não disputava a Libertadores. Tem a vantagem de fazer o segundo jogo da final em casa porque encerrou todas as fases do Estadual à frente do Corinthians.
Para Tite, as finais contra o Santos e o jogo da volta das oitavas de final contra Boca Juniors valem muito. Embora prestigiado e sem chance nenhuma de demissão mesmo com dois possíveis fracassos, o técnico tem a missão de provar que aquele time que bateu o Chelsea está mais vivo do nunca.
O Corinthians que joga a final é o mesmo que eliminou o São Paulo, nos pênaltis, no domingo passado. Tite apenas mudou o posicionamento de Danilo, da esquerda para a faixa central do campo, em uma tentativa de melhorar o setor de criação. Surpreendentemente, o atacante Alexandre Pato continua no banco, à espera de uma chance entre os titulares.
No Santos, Felipe Anderson na lateral direita e Marcos Assunção no lugar que era ocupado por Montillo são as prováveis mudanças de Muricy Ramalho, que vai congestionar o meio de campo e tentar evitar o gol a qualquer custo na base do contra-ataque. “Somos um time que joga para frente, sempre buscando o gol”, disse o técnico.