O atual campeão nacional demorou para “acordar” na estreia do Campeonato Brasileiro. O Corinthians teve um difícil adversário na estreia, o Grêmio, mas poderia ter evitado o empate sem gols que frustrou a torcida no Itaquerão, neste domingo à tarde, caso tivesse acelerado o ritmo antes dos dez minutos finais.

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O trecho final da partida foi muito diferente dos 80 minutos restantes. O confronto equilibrado deu lugar a um domínio envolvente do Corinthians, propiciado principalmente pelas alterações de Tite. A pressão tardia mostra que a equipe tem qualidade, porém ainda tem muito a evoluir.

Os dois clubes eliminados recentemente nas oitavas de final da Copa Libertadores fizeram um jogo movimentado e digno do encontro de candidatos às primeiras posições do Brasileiro. Os elogios, porém, são restritos ao repertório de potencial demonstrados e merecem a ressalva pela escassez de gols.

Corinthians e Grêmio mostraram ter um equilíbrio de forças capaz de se anularem. Os competentes times fizeram uma partida de ciclos de domínio alternados. Quando um assustava, outro respondia com lance de perigo similar.

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As posturas táticas parecidas, o bom toque de bola e o início com poucas faltas mostraram respeito mútuo. As coincidências se mantiveram nos erros na parte final do campo. A bola chegava com qualidade até perto da área. Aí era sempre um erro de passe, um chute ruim ou a defesa que levava a melhor.

O jogo mais atrativo desta 1ª rodada ganhou como prévia o show de abertura do Brasileiro. A exposição da taça, música e uma apresentação de dança apresentaram o clima da longa competição de 38 rodadas e encerramento em dezembro. A duração faz com que dificilmente os times titulares deste domingo sejam o mesmo na despedida.

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O Corinthians é quem mais vive essa incerteza. Após ver seis jogadores do time campeão do ano passado saírem, lida com especulações das transferências do zagueiro Felipe e do volante Elias. O clima de dúvida não ameniza a confiança da torcida para o segundo título seguido. Um bom público esteve presente na arena – mais de 31 mil pessoas.

A preparação final para o jogo foi conturbada. O clube precisou acionar o quarto goleiro para ficar no banco de reservas. Caíque França nem estava no estádio e foi às pressas se arrumar para ficar à disposição.

Antes de passar esse sufoco, o Corinthians teve duas baixas de última hora. Cássio viajou ao Rio Grande do Sul para acompanhar o enterro da avó e o terceiro goleiro, Matheus Vidotto, sentiu dor nas costas enquanto se aquecia para a partida.

O primeiro tempo ficou marcado pelo “quase” em diversas chances. As equipes entravam na área e hesitavam na escolha da melhor opção. Marquinhos Gabriel chegou a driblar vários adversários, mas errou o chute. No Grêmio, Bolaños demorou para definir a jogada e foi desarmado. Giuliano errou uma finalização na primeira área logo no começo da partida.

A partida travada fez o técnico Tite mexer duas vezes em menos de um minuto na etapa final. As mudanças fizeram pela primeira vez o goleiro Marcelo Grohe ter trabalho. Por pouco o Corinthians não abriu o placar aos 20 minutos.

As três substituições voltadas ao setor defensivo fizeram o Corinthians ter mais posse de bola e até fazer triangulações e tabelas. Já o Grêmio mexeu no segundo tempo para reforçar a marcação e ter velocidade em contra-ataques.

Nos minutos finais virou ataque contra defesa. O Corinthians rondou a área e, nos acréscimos, foi quando mais assustou e exigiu o trabalho de Marcelo Grohe.

FICHA TÉCNICA

CORINTHIANS 0 x 0 GRÊMIO

CORINTHIANS – Walter; Fagner, Felipe, Balbuena e Uendel; Bruno Henrique; Elias, Rodriguinho (Rodriguinho), Marquinhos Gabriel e Romero (Giovani Augusto); André (Luciano). Técnico: Tite.

GRÊMIO – Marcelo Grohe; Ramiro, Geromel, Fred e Marcelo Oliveira; Walace, Maicon e Giuliano; Bolaños (Edinho), Luan (Everton) e Bobô (Henrique Almeida). Técnico: Roger Machado.

ÁRBITRO – Wilton Pereira Sampaio (GO).

CARTÕES AMARELOS – Bobô, Balbuena e Marcelo Grohe.

RENDA – R$ 1.627.511,00.

PÚBLICO – 31.533 pagantes.

LOCAL – Itaquerão, em São Paulo.