A crise econômica mundial e o valor que os rivais Palmeiras e São Paulo fecharam os seus patrocínios estão atrapalhando o Corinthians na busca por parceiros. A constatação é do diretor de marketing do clube, Luiz Paulo Rosenberg.

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“Está bastante difícil fechar por um valor que nos agrade. As empresas só estão cortando. A crise atrapalhou bastante em um ano que prometia ser muito bom”, lamentou Rosenberg, referindo-se à chegada do atacante Ronaldo, que antes de ter sido uma contratação técnica foi uma estratégia de marketing.

Chegou perto disso, ao negociar com uma telefônica árabe que prometeu pagar US$ 15 milhões (R$ 32 milhões) anuais. Mas a empresa não conseguiu criar um braço brasileiro e desistiu de investir pesado no País. As outras negociações estão arrastadas, enquanto um possível acordo com a Caixa Econômica Federal foi por água abaixo depois de ter sido revelado pela imprensa.

“Outra situação que nos atrapalhou foi o valor fechado por São Paulo e Palmeiras. É criado um teto que atrapalha. Acredito que eles tenham sido um pouco afobados”, comentou Rosemberg, lembrando que os outros dois grandes clubes da capital paulista fecharam suas parcerias entre 15 e 16 milhões de reais por ano.

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Sem acordo com o patrocinador anual, o Corinthians apelou para o chamado marketing de oportunidade, em que empresas pagam valores bem menores para divulgar sua marca em jogos específicos. Foi assim com Ford, Vivo e Locaweb no amistoso contra o Estudiantes e também somente com a Locaweb nas duas primeiras rodadas do Paulistão.

Mas Rosenberg não gostou da iniciativa e garantiu que não será repetida. Assim, até fechar com os patrocinadores, o Corinthians entra em campo com a camisa limpa. “Não é algo que pretendemos repetir, porque você desvaloriza sua marca”, justificou o dirigente.

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O dirigente não quis fixar um prazo para o acordo ser selado. “Acredito que em dez dias vamos ter algo fechado”, afirmou Rosenberg, sem revelar se já existe alguma empresa perto do acerto. “Difícil falar. São detalhes que definem essas negociações, e não tem como prever quando está próximo ou não.”

A demora para o anúncio do parceiro principal, que estampará a marca na frente e costas da camisa, está atrapalhando a negociação do patrocínio da manga e do calção, que é capitaneada pela empresa de Ronaldo, a R9. O jogador, inclusive, vai receber 80% do valor total que for fechado para essas duas partes do uniforme.

Mas as empresas que tratam com a R9 querem esperar o valor que será acertado para o patrocínio principal. Com base nessa quantia será feita a cotação para a manga e o calção. Atualmente, as negociações não passam de R$ 2 milhões para cada parte, o que é considerado baixo pelo staff de Ronaldo, que esperava receber ao menos R$ 6 milhões somente por esses contratos.