Corinthians continua em busca de um camisa 9

São Paulo (AE) – O técnico Daniel Passarella já arranca os cabelos para solucionar o crônico problema da falta de um atacante no Corinthians. Contra a Portuguesa, neste domingo, às 16 horas, aposta que talvez o meia Carlos Alberto possa se adaptar à posição e tomar conta do setor que desde o primeiro semestre de 2003, com a saída de Liedson, sente falta de um bom homem de frente. "A gente cria e não consegue marcar, não podemos falhar tanto nas finalizações", reclamou o meia-armador Roger.

O argentino Carlos Tevez veio do Boca Juniors e reforçou a linha de ataque, mas precisa de um artilheiro a seu lado. As opções são fracas. Jô entra e não é eficiente; Bobô, pior ainda, erra gols feitos – como o que ocorreu quarta-feira, na vitória por 5 a 1 diante do Cianorte. Gil, machucado, havia reconquistado vaga, porém também não é um camisa 9 característico. Como são Vágner Love, do CSKA, da Rússia, ou Deivid, do Santos, ambos nos planos de Kia Joorabchian, da MSI.

Gil, aliás, costuma atacar pela ponta esquerda, mesmo lugar onde joga Tevez. Além do mais, sofre quando tem de concluir as jogadas. "Não sou centroavante, nunca fui, minha característica é partir com a bola dominada", declarou dias antes de se contundir. "Mas faço o que o técnico pedir", fez a ressalva.

Desde a saída de Liedson, hoje no Sporting, de Lisboa, no início do Brasileiro de 2003, a vaga tem "enterrado" vários jogadores. Marcelo Ramos chegou ao Corinthians em 2004, consagrado como grande artilheiro. A solução de todos os problemas, no entanto, saiu pela porta dos fundos. Em seguida, Alberto foi trazido da Rússia (do Dínamo de Moscou) para a missão, e machucou-se antes de mostrar a que veio. Não à toa, a equipe teve um dos piores ataques do campeonato brasileiro do ano passado.

Apesar de muitos torcedores já nem se lembrarem deles, passaram pelo Parque São Jorge, nos últimos dois anos, nomes como Jamelli, Abuda, Leandro, Edson Araújo, Leandro Amaral…

Enquanto não tem com quem tabelar, Tevez vem servindo para remendar a dificuldade. É o artilheiro da equipe na temporada, com 10 gols. Sem o argentino, poupado, Passarella terá, logo mais, apenas o prata-da-casa Wilson no banco de reservas.

Pacaembu é um "laboratório" para Passarella

São Paulo (AE) – O laboratório do técnico Daniel Passarella será montado hoje no Pacaembu. A platéia, que não deve ser numerosa, verá três jogadores titulares apenas, quatro reservas que de vez em quando entram no time do Corinthians e quatro atletas desesperados para mostrar serviço e se manter nos planos do clube. Um espetáculo humano certamente, talvez um bom jogo de futebol. A Portuguesa, além de servir de coadjuvante, luta para escapar definitivamente do rebaixamento no estadual.

O treinador argentino, há pouco mais de um mês no cargo, terá a difícil missão de escolher quem vai salvar. A lista de Passarella está prestes a sair. Tem 36 jogadores à disposição, quer 25, 28 no máximo. Em campo, os intocáveis goleiro Fábio Costa, o zagueiro Anderson e o meia (mas improvisado no ataque) Carlos Alberto tentarão levar o time a mais uma vitória e à consolidação da segunda colocação no campeonato paulista que já tem o São Paulo como campeão.

Enquanto os três titulares jogam, os outros buscam se aprimorar fisicamente. "O objetivo é chegarmos com o grupo em forma contra o Figueirense (pela Copa do Brasil, dia 20) e no início do campeonato brasileiro", esclareceu o técnico.

A tragédia, a busca de superação humana, a tentativa de ganhar vaga no elenco terá quatro atores. O mais importante, ou pelo menos sobre o qual haverá maior atenção, será Fininho. Desde o dia em que fez gestos obscenos à torcida, há 50 dias, só voltou a ter chance agora. Se não agradar, pega o rumo de casa ou do clube que o queira como lateral-esquerdo. "Espero que a torcida me apoie, vou dar a volta por cima", acredita o jogador.

Bobô, atacante que não agrada, Bruno Octavio, volante pouco carismático, e Marquinhos, zagueiro em eterna recuperação da cirurgia no joelho, são outros a serem observados. "Temos esses jogos no paulista para testar a equipe, ver os jogadores em ação. Não quero ficar com ninguém aqui só para fazer número se eu não tiver interesse em aproveitá-los", declarou Passarella.

Busca avaliar os atletas também fora de suas posições. Bruno Octavio, por exemplo, faz uma função para a qual não faltam atletas. Marcelo Mattos, Wendel e Rosinei, todos são volantes. Por isso, testará o jogador na ala-direita, na qual o titular Coelho, machucado, não poderá atuar. "Não quero correr o risco de escalar o Edson e ficar sem ele para o jogo do Figueirense." (MRL)

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