O Corinthians escapou de um vexame ontem, no Estádio Moisés Lucarelli, em Campinas. Depois de estar perdendo por 2 a 0 e depois, por 3 a 1 o time reagiu e arrancou um empate por 3 a 3 contra a Ponte Preta num resultado que deixou os jogadores aliviados, mas a torcida muito preocupada. O gol salvador aconteceu aos 39 minutos do segundo tempo, numa cabeçada de Liédson. O destaque da partida, no entanto, foi o lateral-direito Rogério, que marcou os outros dois gols corintianos e livrou o time da terceira derrota consecutiva no campeonato brasileiro. Nenê, Adrianinho e César (contra) marcaram os gols da Ponte.

Apesar de o time interromper a série de derrotas (perdeu para São Caetano e São Paulo nas rodadas anteriores), o emprego do técnico Geninho continua ameaçado. Com um futebol pobre, sem nenhuma criatividade e desordenado taticamente, o alvinegro mostrou que precisa melhorar muito se quiser sonhar com o título. Com o resultado deste domingo, o time vai a 20 pontos ganhos, mas ainda fica longe dos líderes. A Ponte Preta chega a 11 pontos e permanece na zona de rebaixamento.

No clima tenso que antecedeu o jogo para os dois times (a Ponte vinha de derrota no dérbi), os donos da casa deram a impressão que entraram em campo mais tranqüilos. O time campineiro estava melhor distribuído, com os volantes – Roberto e Ângelo – anulando os meias Leandro e Jorge Wagner, responsáveis pela criação das jogadas ofensivas. Além disso, o técnico Abel Braga colocou o Adrianinho estrategicamente no meio-campo, abrindo espaços para Nenê ocupar o lado esquerdo nas costas de Rogério.

Esta disposição desarticulou também o sistema de marcação corintiano, principalmente para os reservas César e Marquinhos no meio da defesa, demonstrando falta de entrosamento. A nova dupla titular não impediu que a Ponte marcasse seu primeiro gol, aos 13 minutos. Mantena cruzou da direita, Fabrício não alcançou mas a bola quicou no chão e sobrou para a cabeçada de Nenê.

Depois do gol, a situação se complicou para o Corinthians. Os jogadores mostraram intranqüilidade, errando muitos passes e às vezes abusando da violência. Só no primeiro tempo, quatro jogadores receberam o cartão amarelo: Liédson, Pingo, Fabinho e Jorge Wagner.

A Ponte passou a explorar os contra-ataques e quase ampliou aos 24 minutos, quando Nenê, de novo nas costas de Rogério, entrou na grande área e chutou na trave. O Corinthians ainda teve duas boas chances. Uma delas aos 38 minutos, quando Liédson foi lançado em velocidade, driblou o goleiro Alexandre Negri, mas desequilibrado, chutou fraco e Alan salvou quase em cima da linha de gol. Aos 50 minutos, após cobrança de escanteio Marquinhos subiu de cabeça e a bola tirou lasca da trave.

O segundo tempo começou sem mudanças. A Ponte ampliou aos 13 minutos, quando Luizinho lançou Nenê na esquerda, em posição irregular, e após o cruzamento Fabrício furou, mas a bola sobrou livre para Adrianinho. O meia ajeitou a bola e fuzilou com a perna esquerda: 2 a 0. Era o que as torcidas organizadas queriam para manifestar insatisfação. No mesmo instante abriram quatro faixas no setor de fundo do Majestoso: “Fora Citadini”, “Edgar – gerente de mercado”, “Queremos contratação” e Queremos + garra”.

Na base do tudo ou nada, o Corinthians diminuiu com Rogério, em jogada individual. Após rebote da defesa, o lateral encheu o pé esquerdo aos 18 minutos. O Corinthians ganhou ânimo e força com a entrada de Vinícius no lugar de Roger e depois de Leandro Amaral na vaga de Leandro. Só que aos 30 minutos a Ponte liquidou o jogo. Outro contra-ataque, Ângelo entrou livre pelo lado direto da área e tentou o cruzamento interceptado por César que empurrou para seu próprio gol. O bandeira sinalizou impedimento de Roger, na pequena área, mas o juiz validou o gol.

Quando tudo parecia perdido, o Corinthians reagiu. Rogério, cobrando falta com violência, diminuiu aos 36 minutos. Três minutos depois, Leandro Amaral fez o cruzamento da direita e Liédson mergulhou para desviar e garantir o resultado. No final, a Ponte ainda teve duas expulsões – Nenê e Conceição – e perdeu um gol com o zagueiro Gabriel, aos 46 minutos, após falha do goleiro Doni.

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