O Corinthians trocou a obsessão de nunca ter vencido a Libertadores pela pressão de defender o título e conquistar o bicampeonato, algo que não acontece há 12 anos – o Boca Juniors foi o último clube alcançar o feito, em 2000 e 2001. O primeiro passo corintiano será dado nesta quarta-feira, às 22 horas, na cidade de Oruro (3.709 metros acima do nível do mar), na Bolívia, contra o San Jose, equipe modesta e que há cinco anos não disputa o torneio continental.
O maior trunfo do Corinthians é a manutenção do elenco campeão. Dos 11 jogadores que disputaram a final contra o Boca Juniors em junho do ano passado, oito serão titulares nesta quarta-feira. Esse grupo, que em 2012 já havia sido reforçado com Guerrero, peça-chave na conquista do Mundial, ganhou jogadores do quilate de Alexandre Pato e Renato Augusto.
“Poderíamos ter sentado nos louros do título e não contratar ninguém, mas a diretoria passa a ideia de que qualificar o elenco é importante. É assim que o Corinthians pensa depois do título (Mundial)”, disse o técnico Tite, satisfeito com o elenco cheio de opções que tem nas mãos para encarar os desafios da temporada, quando espera superar os feitos do ano anterior.
O time, considerado por muitos como milionário e cheio de opções, aumenta a responsabilidade do técnico neste início de temporada. Na comparação com os rivais do Grupo 5 da Libertadores, o Corinthians é o grande favorito a terminar em primeiro lugar. As viagens, como esta para a Bolívia, parecem ser mais difíceis que os rivais – os outros adversários da chave são o Tijuana, do México, e o Millonarios, da Colômbia.
Para a estreia, Tite ainda repete a escalação que lhe deu o título do Mundial em dezembro e que vem sendo testada nas primeiras rodadas do Paulistão. O time é o mesmo que empatou contra o Palmeiras, domingo, por 2 a 2, pelo campeonato estadual – assim, Pato e Renato Augusto continuam na reserva.
A tarefa de Tite é fazer com o time recupere o poder de marcação que tanto protege sua defesa, que foi a menos vazada na Libertadores do ano passado (sofreu apenas 4 gols em 14 jogos). As primeiras rodadas do Paulistão mostraram que são necessários ajustes, principalmente na dupla de zaga, formada por Gil e Paulo André (Chicão se recupera de contusão), e na cobertura da defesa – o Corinthians tem sofrido muitos contra-ataques.
A altitude de Oruro, segundo o técnico e os jogadores, é motivo de preocupação, mas não pode ser encarada como algo que impeça a equipe de conquistar os três prontos. Para contornar essa dificuldade, Tite aposta na troca de bolas no meio do campo, evitando cruzamentos longos. Outra arma: usar, no segundo tempo, o banco de reservas, com Alexandre Pato, Renato Augusto e Romarinho, renovando o fôlego do time.