Não fossem as inúmeras oportunidades desperdiçadas no primeiro tempo, seria de goleada. O Coritiba venceu a Ponte Preta com extrema facilidade, recuperando a décima colocação em um “jogo de seis pontos”. Com os 2×0, reduziu para somente dois pontos a distância para o próprio time paulista, que está duas posições acima do Coxa na classificação do Brasileiro. Há tempos o torcedor não via uma atuação tão equilibrada de seu time, reabilitando-se -e com sobras – da eliminação da Copa Sul-Americana.
Foi a melhor partida do Coritiba, em casa, no Brasileirão. Sem a “economia” de jogos anteriores, o time de Antônio Lopes teve como principal referência a ótima sintonia de seu quarteto de frente. Aristizábal e Tuta, autores dos gols, fizeram a diferença, bem assessorados por Luís Carlos Capixaba e – principalmente – Reginaldo Vital. Preciso nos passes, Vital deu novo ritmo ao time, recorrendo àquela que sempre foi a sua principal virtude: lançamentos de longa distância. Taticamente, o time soube explorar as deficiências da Ponte Preta, um time coeso na faixa central, mas que ofereceu amplos espaços nas laterais do gramado.
O técnico Nenê Santana tentou usar a velocidade e a habilidade de seus alas, deixando a defesa postada com três zagueiros e dois volantes. Não contava, porém, com a noite inspirada de Aristizábal. O colombiano – relembrando grandes momentos de sua vitoriosa carreira – sobrou em campo. Na direita ou na esquerda, tirou a tranqüilidade dos defensores adversários e já no intervalo quase “saiu no braço” com Alexandre e Marcus Vinícius, tensos pela forma como sua equipe era envolvida. Pelas “avenidas” construídas nas costas de André Cunha e Cléber.
E logo no início, por pouco a estratégia não favoreceu os paulistas. Cléber, solto pela esquerda, passou por dois marcadores e tocou para André Cunha. Ricardinho precisou defender com as mãos o chute forte de André, mas o lance já havia sido paralisado por Luciano Augusto Almeida, que atendeu aceno do assistente, marcando a posição irregular do ala ponte-pretano. A partir daí, só deu Coxa. Tuta fez um – em cabeceio certeiro após assistência de Ari – e perdeu pelo menos duas ótimas situações para ampliar. Ricardinho também esteve a pique de fazer o seu, mas Lauro estava atento para desviar.
Com a expulsão de Gustavo (que chutou Ataliba, caído), no final do primeiro tempo, o caminho para a vitória só se mostrou mais claro. O técnico Antônio Lopes, sentindo a ampla superioridade de seu time, trocou Capixaba por Alemão, aumentando o poder de fogo do Coritiba. O gol que “despachou” a Macaca foi um prêmio aos quase seis mil coxas que marcaram presença no Couto Pereira. Tuta rolou para Aristizábal. O atacante soltou a bomba, no canto esquerdo de Lauro e definiu a 11.ª vitória do Coritiba no Brasileirão.
CAMPEONATO BRASILEIRO
29ª RODADA
SÚMULA
Local: Couto Pereira (Curitiba).
Árbitro: Luciano Augusto Almeida (FIFA-DF).
Assistentes: César Augusto Oliveira Vaz (DF) e Marrubson Melo Freitas (DF).
Renda: R$ 54.185,00.
Público: 5.728 (total).
Gols: Tuta a 18? do 1º tempo e Aristizábal a 24? do 2º tempo.
Cartões amarelos: Roberto Brum e Miranda (Coritiba). Rafael Santos, André Cunha e Cléber (Ponte Preta).
Expulsão: Gustavo a 40? do 1º tempo.
CORITIBA 2×0 PONTE PRETA
CORITIBA
Fernando; Jucemar (Juninho), Miranda, Flávio e Ricardinho; Ataliba (Pepo), Roberto Brum, Luís Carlos Capixaba (Alemão) e Reginaldo Vital; Tuta e Aristizábal. Técnico: Antônio Lopes.
PONTE PRETA
Lauro; Gustavo, Alexandre e Rafael Santos; André Cunha, Marcus Vinícius, Romeu, Lindomar (Zé Maria) e Cláber; Júlio César e Weldon (Vânder)(Angelo). Técnico: Nenê Santana.
