O Morro do Corcovado foi palco, na manhã desta terça-feira, de um protesto contra os gastos públicos na Copa do Mundo. Um grupo formado por sete voluntários da ONG Rio de Paz, que logo ganhou a adesão de turistas que estavam no local, inclusive do exterior, exibiu bolas e cartazes aos pés do Cristo Redentor.
Além de 12 bolas da Copa com uma cruz vermelha pintada sobre elas simbolizando “o desperdício” de dinheiro público nas sedes do Mundial, a ONG também confeccionou quatro cartazes – dois deles em inglês – com as perguntas “É justo?” e “Quem lucra mais? Fifa, empresários ou o povo brasileiro?”.
A manifestação durou dez minutos e ocorreu logo que o Cristo Redentor foi aberto para visitação, às 8 horas. “Uma pesquisa apontou que 50% dos brasileiros são contra a Copa, mas eu tenho certeza de que, se todos soubessem o que está acontecendo, pelo menos 80% seria contra”, diz Antônio Carlos Costa, fundador da Rio de Paz.
Na segunda-feira, Costa participou de um encontro no Rio promovido pela Secretaria-Geral da Presidência da República, que teve como objetivo tratar dos gastos públicos no Mundial. “O governo chamou a sociedade civil para discutir a Copa só aos 45 minutos do segundo tempo, como se diz no jargão do futebol”, criticou. “Por que o povo não foi consultado antes?”, questionou.
Durante o evento de segunda, a ONG Rio de Paz – que já promoveu outros protestos contra a Copa, incluindo um com a colocação de 500 bolas na praia de Copacabana, ano passado – apresentou um total de 11 perguntas ao ministro Gilberto Carvalho. Dentre os questionamentos estava a falta de consulta popular, problemas com a segurança, imagem do Brasil com os atrasos nas obras e o lucro da Fifa com o Mundial.
