Todas as semanas, um exemplar da Tribuna do Paraná circula entre os atletas do Grêmio. Chega na sede do clube, em Porto Alegre, ou via Sedex, ou pelas mãos de José Antônio Luciano, pai do jogador Tcheco. A atenção se volta especialmente para uma página: a da cobertura da Copa Tribuna de Futebol Society.
O motivo é simples: Tcheco é um dos idealizadores do evento – o outro é o ex-paranista Ricardinho, que atua no Besiktas/Turquia. Ele faz questão de acompanhar ?de perto? os detalhes de cada rodada e mostrar a repercussão para os colegas.
Foi desta forma que a Copa ganhou maior dimensão – tanto é que entre as escolinhas participantes está uma franquia curitibana do Inter. E ela só não aumentou ainda mais porque esta primeira edição abrange somente a região da Grande Curitiba. Satisfeito com os resultados da Copa, que conseguiu reunir dezenas de times em várias categorias -de Sub-7 masculina a adulta feminina – o jogador já faz planos para o próximo ano. E não esquece de agradecer o apoio dos veículos de comunicação do Grupo Paulo Pimentel, além de elogiar a organização e dar os devidos créditos ao presidente da Federação Paranaense de Futebol Society, Carlos Deodoro (diretor da Cancun Esportes), a José Luiz Rodrigues (diretor da Ricardinho Sports) e ao seu pai (diretor da Tcheco Mania de Bola), responsáveis pela coordenação e o sucesso da Copa Tribuna de Futebol Society.
Sub-7 da Tcheco Mania, com o técnico Ricardinho (e). |
Confira a entrevista exclusiva de Tcheco à Tribuna.
Tribuna: O seu início foi assim, como o da garotada que está participando da Copa Tribuna?
Tcheco: Não, na minha época de criança não havia escolinha de futebol. Jogávamos em campo de terra, do lado de casa. A história de como comecei é engraçada. Estava participando de uma aula de religião, preparatória para minha Primeira Comunhão, na igreja de São João Batista. No intervalo, fui bater bola com uns garotos e o seu Aleixo, que era o professor e também técnico de futebol da equipe dos poloneses, me viu jogar. Ficou entusiasmado e foi procurar meu pai pedir para eu jogar na equipe Poltava. Na época, estava com oito anos. A partir daí comecei a participar de campeonatos de futsal. Joguei o primeiro campeonato pelo Poltava, me destaquei e fui convidado para integrar a equipe do Pinheiros – hoje Paraná Clube – pelo professor Carlos Deodoro, em 1984. E olha que foram quase 10 anos de futsal no Paraná Clube!
Tribuna: Como vê estrutura e formação nas escolas de futebol, hoje?
Tcheco: Em relação a quando comecei, melhorou em 100%! (risos).
Tcheco, com a camisa do Grêmio, onde conquistou mais títulos pra sua carreira. |
Mas com um adendo: ao ar livre, em campo de terra, a garotada da minha época desenvolvia mais, corria mais, não se bitolava, não seguia somente a tática dos professores, e assim a criatividade fluía. Você via muitos dribles, meia-luas, bicicletas… liberdade de criação.
Hoje as escolinhas de futebol são bem estruturadas, e como os tempos são outros, as crianças também têm segurança para treinar, além do acompanhamento de professores capacitados.
Tribuna: Criar uma escola de futebol era um sonho?
Tcheco: Era sim, principalmente porque no bairro do Capão Raso não havia um núcleo de treinamento. O objetivo da minha família era criar um lugar especial para a garotada não ficar na rua, mas brincar e jogar com segurança.
E também tem o lado social.
A escolinha, desde o início até hoje, fornece bolsa para quem não tem condições de arcar com os custos e gosta de jogar futebol. Damos material esportivo, roupas, tênis.
Tribuna: Craque se revela cedo ? Quais são as características ?
Tcheco: Se a pessoa nasce com esse dom de Deus, já se nota desde cedo. Mas para se tornar um craque, não depende só disso, mas de uma série de fatores: atitude, virtudes, comportamento, boa-vontade, responsabilidade, apoio dos pais.
Há vários tipos de craques. Tem o habilidoso, o camisa 10, cérebro do time. Tem o que é forte na marcação. Tem o goleador, com faro para fazer gol. Estas características são natas e precisam ser bem desenvolvidas, através de uma boa orientação e postura.
Tribuna: O seu filho, que joga bola, pretende seguir a carreira do pai ?
Tcheco: O Leonardo tem seis anos, joga na escolinha dentro da categoria Sub-7, mas não é tão ligado e dedicado ao futebol quanto eu era. Vou deixá-lo à vontade para seguir o que quiser. Quero que ele pratique algum esporte, seja qual for.
Tribuna: O que diria à garotada que participa da Copa Tribuna?
Tcheco: Diria que se empenhem em participar, em se entrosar com as outras equipes, em conhecer e fazer mais amigos. Em síntese: aproveitem o que o esporte nos proporciona de melhor.
Tribuna: Como avalia os primeiros resultados da Copa Tribuna?
Tcheco: Estou muito satisfeito, assim como meu pai e os coordenadores – o Carlão e o Zé -, que são os verdadeiros responsáveis pelo sucesso. Acompanho o andamento das rodadas e recebo os exemplares da Tribuna toda a semana, que meu pai envia por Sedex ou me entrega pessoalmente, quando vem a Porto Alegre. Agradeço muito o apoio e a parceria de vocês, do GPP. O retorno tem sido enorme.
Tribuna: Como está sua vida no Grêmio?
Tcheco: Estou muito bem.
É meu segundo ano em Porto Alegre. Somos bicampeões gaúchos, terceiros do Brasileiro do ano passado, vices da Libertadores deste ano. O clube tem uma ótima estrutura, sou muito bem tratado pela imprensa e pela torcida. Meu contrato termina no final do ano.
Tribuna: Ainda pensa em jogar no exterior?
Tcheco: Não tenho mais sonhos de jogar no exterior. Já estive na China e na Arábia Saudita, onde fui bicampeão da Copa da Ásia e disputei a final do mundial de clubes no Japão. Esta fase terminou.
Tribuna: Tem algum plano, um sonho por realizar no futebol?
Tcheco: Sim, ainda tenho um sonho: voltar a jogar no Coritiba. (risos)