Apesar do sucesso registrado nas edições de 2013 e 2014 da Copa do Nordeste e do surgimento da Copa Verde, a volta da Copa Sul-Minas, extinta em 2002, não está na pauta dos dirigentes dos principais clubes da região Sul do Brasil. Em abril do ano passado, um movimento encabeçado pelo presidente de honra do J. Malucelli, Joel Malucelli, foi iniciado e, apesar do apoio dos mandatários de Atlético, Coritiba e Paraná Clube, a tentativa do retorno da competição regional não saiu do papel e hoje está estagnada, sem perspectiva de nova discussão.
‘A ideia morreu. Discutimos no ano passado para instituir neste ano, mas não tivemos espaço. Acho que agora não dá mais. Temos que esperar por toda essa pressão que está acontecendo por causa do Bom Senso e aguardar o que de novo poderá surgir’, explicou Malucelli, que foi o idealizador da reunião realizada no ano passado.
‘Eu acho que a volta da Copa Sul ou Copa Sul-Minas seria a redenção do futebol dos três ou quatro estados. Acho que seria uma forma a mais de preparação para os clubes enfrentarem o Brasileirão, além de fortalecer financeiramente as equipes. Seria primordial repensar na formatação do calendário do futebol brasileiro, mas com a volta dessa copa regional’, emendou o presidente do Jotinha.
O presidente do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade, é favorável à volta da Copa Sul-Minas, sobretudo para potencializar a geração de receita dos clubes no primeiro semestre. ‘Já manifestei no ano passado o meu desejo do retorno da Copa Sul. Sabemos que o Campeonato Paranaense tem um atrativo relativo e para os grandes clubes ele é deficitário. A volta da Copa Sul traz a questão da qualificação, pois ela gera necessidade de receita para qualificar mais seu elenco. Precisávamos achar um caminho para que os clubes grandes pudessem ter com essa competição mais lucratividade e rentabilidade, além de dar mais atrativo ao seu torcedor e seus associados’, ressaltou o mandatário coxa-branca, em entrevista ao Paraná Online.
Entretanto, ele frisou que para o retorno da Copa Sul-Minas, alguns pontos fundamentais, como a questão de custos, premiações e operação do torneio, precisariam ser bem discutidos entre os clubes. ‘A Copa do Nordeste tem uma conjuntura diferente, assim como a Copa Verde, que foi recém criada. Muitas coisas precisam ser discutidas e trabalhadas entre os clubes, para as questões de custos, de operação dessa competição, possam ser resolvidas. Além disso, as federações, que têm sido um empecilho, precisam dar o aval para esse retorno’, acrescentou.
Sucesso
Quando surgiu em 1999, a Copa Sul Brasileira já foi sucesso de público. O Paraná Clube, que na ocasião estava na Série A do Campeonato Brasileiro, chegou à decisão da competição regional para enfrentar o Grêmio. No terceiro jogo decisivo, o Tricolor conseguiu levar mais de 40 mil pessoas ao Pinheirão, mas mesmo assim foi derrotado e ficou com o vice-campeonato do torneio daquele ano. Entretanto, desde aquela época, o torneio já provou que poderia ser uma atração para o público e rentável para os clubes.
O vice-presidente de futebol do Paraná Clube, Celso Bittencourt, foi procurado pela reportagem do Paraná Online, mas disse que não falaria sobre o assunto por causa do momento ruim que o Tricolor atravessa na Série B e nos bastidores. O Atlético, que foi vice-campeão da Copa Sul-Minas de 2002 e que há dois anos já deixou o Campeonato Paranaense de lado, foi procurado para comentar sobre o assunto, mas a assessoria de imprensa do clube não retornou a solicitação de entrevista.
