A Copa do Mundo da Rússia chegou ao fim no domingo como uma das mais “limpas” da história. A edição do torneio disputada em solo russo foi a de menor número de cartões vermelhos desde 1978. Foram apenas quatro expulsões em 64 jogos realizados. A seleção que mais se destacou no quesito disciplina foi a Espanha, que levou o troféu Fair Play na Rússia.
Com quatro cartões vermelhos, a Copa da Rússia superou todas as edições mais recentes na questão disciplinar. A edição do Brasil, em 2014, registrou 10 expulsões; a da África do Sul, em 2010, teve nove, mesmo número do Mundial da Alemanha, em 2006. A Copa da Coreia do Sul e do Japão, em 2002, contou com 11 cartões vermelhos. Em 1998, na França, foram surpreendentes 18 exclusões, para ficar entre as mais recentes.
A Copa da Rússia é a de menor número de expulsões desde a Copa de 1978, na Argentina, onde foram distribuídos apenas três cartões vermelhos, num campeonato com metade do número de seleções da edição deste ano, que teve 32 times – o torneio passou a ter 24 equipes em 1982 e 32 a partir de 1998.
O alto nível de fair play também foi visto nos cartões amarelos, com 219 em toda a competição russa: média de 3,5 por partida, uma das mais baixas das últimas edições. Em 2014, no Brasil, foi de 2,92. Mas, nas Copas anteriores, esta média superou o 4,0 com facilidade.
Neste ano, o cartão passou a exercer papel ainda mais importante no Mundial, por ter virado critério de desempate na fase de grupos. Foi assim que o Japão se classificou no Grupo H, em detrimento do Senegal. Com dois cartões amarelos a menos que o rival africano, o time asiático avançou às oitavas de final. As duas seleções estavam empatadas em todos os demais critérios, como pontuação, saldo de gols, gols marcados e confronto direto.
A disciplina dentro de campo rendeu à Espanha o troféu de Fair Play na Rússia, como prêmio de consolação. Os espanhóis, campeões mundiais em 2010, já haviam levado a honraria na Copa em que venceram e também em 2006, dividindo a conquista com o Brasil. Em solo russo, a Espanha foi eliminada nas oitavas de final pelos anfitriões do evento.
O prêmio rende a cada jogador e membro da comissão técnica uma medalha, além de um diploma e um voucher de US$ 50 mil (cerca de R$ 192 mil) a ser empregado em equipamento esportivo para o desenvolvimento do futebol de base, segundo regras da Fifa.