Titulares da seleção da Suíça, Granit Xhaka e Xherdan Shaqiri foram os jogadores mais vaiados no início da partida contra a Sérvia, nesta sexta (22), pela segunda rodada do Grupo E da Copa do Mundo da Rússia, mas não pelo que fizeram em campo.
De origem kosovar, os atletas foram alvo de vaias da torcida rival no estádio de Kaliningrado e responderam com gols e provocações.
Primeiro Xhaka, que empatou a partida em 1 a 1 aos 7 minutos do segundo tempo -a Sérvia havia aberto o placar aos 5 minutos da primeira etapa com gol de Mitrovic.
Durante a comemoração, ele fez com as mãos sinal alusivo à águia de duas cabeças, símbolo da Albânia, origem étnica da maioria dos kosovares que lutaram na guerra de independência, no fim dos anos 1990, contra o domínio sérvio e a limpeza étnica por eles praticada.
O jogador nasceu na Basileia, na Suíça, mas seus pais são do Kosovo. Seu irmão, Taulant Xhaka, inclusive, defende a seleção da Albânia.
Já no fim do jogo, aos 45 minutos do segundo tempo, foi a vez de Shaqiri dar a sua resposta. O meia nascido em Gjilan, no Kosovo, que imigrou para a Suíça com um ano, em 1992, marcou o gol da vitória da sua seleção em contra-ataque e comemorou fazendo o mesmo símbolo com as mãos.
“Não quero falar sobre isso. No futebol, você tem emoções à flor da pele. São só emoções. Não é nada mais”, disse após a partida, tentando diminuir a polêmica de seu gesto.
Com a vitória, a Suíça soma os mesmos quatro pontos do Brasil, que leva vantagem no saldo de gols. A Sérvia, com três pontos, enfrenta a seleção brasileira no dia 27.