Há dois anos no comando da seleção brasileira, Tite jamais fugiu tanto de seu padrão de modificar a equipe como na vitória sobre a Costa Rica por 2 a 0, nesta sexta-feira (22).

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Em São Petersburgo, a mudança tática foi a entrada do atacante Douglas Costa no lugar de Willian, o que deu mais amplitude e ajudou a abrir a defesa adversária, que estava fechada com a tradicional linha de cinco jogadores.

A alteração mudou o comportamento do Brasil no segundo tempo após uma etapa inicial sem criar chances de perigo e um futebol lento.

E ainda apresentou a Tite uma opção de mudança da equipe titular para a sequência da Copa na Rússia.

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Em entrevista, o técnico elogiou o atacante da Juventus e admitiu que poderia escalá-lo desde o início. “Ele jogou muito bem. E esse problema eu quero ter”, disse o treinador, que pode dar uma chance ao camisa sete no lugar de Willian no duelo contra a Sérvia, quarta (27), às 15h, em Moscou.

A partida vale classificação para as oitavas de final do Mundial e a disputa pela primeira colocação do grupo. A Suíça também está na briga. Com o triunfo, a seleção brasileira assumiu a liderança da chave, com quatro pontos -a mesma pontuação da Suíça, segunda colocada, que leva desvantagem no saldo de gols (dois contra um).

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No duelo contra os costarriquenhos, Tite fez uma alteração por ordem tática logo no intervalo do primeiro para o segundo tempo, algo que não tinha acontecido nos outros 21 jogos sob o seu comando, com exceção do duelo contra a Colômbia, que contou com apenas jogadores que atuam no futebol brasileiro.

“Grande segundo tempo. Deu aula. Conseguiu botar volume, precisão, Navas [o goleiro adversário] jogou muito. Primeiro tempo não, início nervoso, errando passe. Segundo tempo retomou, errando passe. Domina bem pra passar bem, e aí vai poder criar as oportunidades. Douglas tem amplitude na direita e na esquerda”, elogiou Tite.

Antes da partida contra a Costa Rica, o técnico só havia feito modificações no intervalo da partida por lesões, como contra o Paraguai, pelas eliminatórias, quando Thiago Silva substituiu Marquinhos.

No amistoso contra a Croácia, realizado no último dia 3, ele havia colocado Neymar logo no início do segundo tempo porque o atacante pediu para não começar jogando, já que não jogava havia três meses em razão da cirurgia no quinto metatarso do pé direito.

Como o gol não saía e o adversário continuava com sua linha defensiva, o treinador ainda colocou o atacante Firmino no lugar do volante Paulinho, aos 23 minutos do segundo tempo. Assim, deixou o Brasil com cinco jogadores com características ofensivas: Douglas Costa, Coutinho, Neymar, Gabriel Jesus e Firmino.

Desde que assumiu a seleção brasileira, em 2016, o treinador nunca tinha colocado em campo simultaneamente cinco jogadores com características tão ofensivas.

O máximo que havia tentado foi no amistoso contra a Argentina, quando perdia por 1 a 0 -o único revés da seleção sob o seu comando até agora.

Na oportunidade, deixou o time nos últimos nove minutos com Giuliano, Douglas Costa, Coutinho, Willian e Gabriel Jesus, que ainda foi substituído por Taison.

Após a partida, Tite admitiu que não havia treinado essa formação. A partir de domingo (24), time vai treinar os titulares para o confronto final da fase de grupos e vai mostrar o que pretende fazer.