A seleção da Bélgica não tem apenas o melhor ataque do torneio com 12 gols e a marca de quatro vitórias em quatro jogos que só ela e o Uruguai conseguiram.

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Os europeus, que enfrentam o Brasil nesta sexta-feira (6) em Kazan, pelas quartas de final da Copa do Mundo, estão entre as cinco seleções do Mundial-18 que mais converteram em gols as finalizações feitas. Revelando boa eficiência ofensiva.

Na fase de grupos, Lukaku, Hazard e companhia finalizaram 53 vezes aos gols adversários, somados os chutes no alvo e para fora. Como a bola entrou nove vezes, sendo oito contra Panamá e Tunísia, além do gol feito contra os ingleses, o índice de aproveitamento belga foi de 17%.  Atrás apenas de Rússia (30%), Colômbia (20%), Inglaterra (19%) e Croácia (18%). Destes times, apenas os sul-americanos estão eliminados.

Considerado apenas os jogos das oitavas de final, o aproveitamento belga também é bom. Foram 3 gols em 24 tentativas. O segundo índice de aproveitamento mais alto dos 16 times que atuaram nesta fase. A França, com 4 gols em 9 chutes, foi a seleção mais certeira.

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Apesar do elogiável poderio ofensivo do time europeu, que mais uma vez chegou ao mundial com grandes expectativas, mas também com o rótulo de ter caído nas quartas de final das duas últimas competições importantes que fez, a seleção belga tende a mudar sua postura diante do Brasil. “Não vamos ser camicazes”, afirmou o zagueiro Vicent Kompany, 32, nesta quarta-feira (4), ao comentar o jogo contra a seleção brasileira.

Segundo o jogador, se a Bélgica partir para um jogo individual com os brasileiros não terá chance nenhuma. “Temos que atuar de forma coletiva. Apesar de na Bélgica existir a cultura de que já perdemos na véspera, nosso grupo de jogadores tem 100% certeza que podemos ganhar”, comentou o jogador que atua no Manchester City, da Inglaterra.

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Mesmo time do brasileiro Gabriel Jesus, a quem ele terá que marcar. Nesta quarta, na chuvosa Dadovsk, nos arredores de Moscou, o atacante brasileiro só ganhou elogios do colega de equipe. Apesar de ter atacantes como Jesus e Neymar, os números ofensivos do Brasil são piores dos que os da Bélgica.

Na frase de grupos, a seleção comandada por Tite converteu 9% das finalizações que fez. Nas oitavas, a taxa foi praticamente a mesma. Ficou em 8%. Contra o México, os brasileiros chutaram 21 vezes para marcar os dois gols do triunfo contra os latino-americanos.

Em termos individuais, o atacante Romelu Lukaku e o meia Eden Hazard são os jogadores que mais colaboraram para a grande ofensividade belga. O camisa nove, autor de quatro gols na Copa do Mundo, que está na briga pela artilharia do torneio, finalizou 11 vezes contra os adversários, sendo 10 dentro da área, sua parte preferida do campo.

Hazard também concluiu 11 vezes, mas marcou menos. Ele tem dois gols na competição até agora. Os jogadores e o técnico Roberto Martínez, que é espanhol, repetem que a forma de jogar contra o Brasil é um assunto que está sendo discutido internamente.

As pistas dadas por uma ou outra frase, desde a vitória no último minuto contra o Japão na partida das oitavas de final disputada em Rostov, indicam que a Bélgica não vai perder sua principal característica. A de atacar o adversário, pelo chão, a partir do toque de bola. Apesar de ser uma equipe que também faz gols em bolas áreas, por causa da alta estatura de seus jogadores.

O que deve aparecer mais forte, no esquema belga, é a compactação defensiva, segundo defendeu Kompany. “Tem que ser assim, contra um time que também controla muito bem a bola”. Para o atleta belga, a partida é uma grande final. “Claro que preferia que fosse a final da Copa de fato, sou sincero. Mas vencê-los vai definir muita coisa para esta geração”.

Como na próxima Copa do Mundo, a maioria dos jogadores titulares da Bélgica, que jogam em grandes times da Europa, vão ter mais de 30 anos, eles estão encarando o Mundial da Rússia como uma última oportunidade para, enfim, chegar à final e ganhar.