SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Em uma Copa do Mundo de heróis caídos, Luka Modric é candidato a se infiltrar entre os maiores do torneio. Acostumado a ser coadjuvante no Real Madrid, o camisa 10 da Croácia é a principal engrenagem de um meio-campo que não deve nada para as seleções consideradas favoritas. Contra a Dinamarca, às 15h (de Brasília), pelas oitavas de final, ele passa por um teste de fogo que pode alçá-lo a novo patamar.

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O jogo que espera Modric às 15 horas (de Brasília) deste domingo (1º) é o ideal para um meia armador mostrar o que sabe: ambas as seleções gostam de jogar fechadas, dando o campo para a adversária. Quando for a vez de a Croácia atacar, a bola fatalmente será do camisa 10, que sabe muito bem o que fazer com ela. Neste Mundial ele é de longe o jogador que mais dá passes em sua seleção (135, quase o dobro de quem vem a seguir).

Modric joga assim desde os tempos de Dinamo Zagreb, clube croata que o revelou em 2005. Três anos depois foi ao Tottenham, no qual se especializou como organizador de meio-campo. Atualmente, no Real Madrid, ele raramente tem a mesma liberdade da qual desfruta na seleção; geralmente faz um jogo “invisível”, extremamente voluntarioso e importante na armação, mas ofuscado pelos gols de Cristiano Ronaldo, Bale e Benzema.

Neste Mundial, portanto, Modric sai detrás das estrelas para mostrar que tem brilho próprio. É ele o cara da Croácia, que deposita em seus ombros a maior parte da responsabilidade nesta Copa. Não à toa o camisa 10 também é o capitão da equipe e emana respeito nos companheiros. A crença em seu futebol é tão grande, que até o zagueiro Lovren já disse que “se ele jogasse por Alemanha ou Espanha, teria muito mais atenção e poderia ser melhor do mundo”.

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Se por um lado os holofotes croatas tão pouco luminosos, por outro o jogador tem a vida minuciosamente examinada. Na véspera da estreia na Copa, ele chegou a se irritar com uma pergunta sobre a prisão de seu empresário, Zdravko Mamic, que é acusado de desviar dinheiro de várias transferências -incluindo uma de Modric. “Aqui é futebol”, disparou o meia na ocasião.

Em campo, Modric de fato é o mais notável de uma geração de grandes nomes. Aos 32 anos, ele é o maestro de uma seleção que ainda tem Subasic (33 anos), Rakitic (30), Perisic (29) e Mandzukic (32). O quinteto vive sua última Copa do Mundo em alto nível, e dele se espera algo semelhante ao terceiro lugar conquistado pela Croácia em 1998.

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Confiança para tanto eles têm. O craque do time já disse que a pressão “não incomoda” e promete contra a Dinamarca o mesmo nível de atuação recente. “Acreditamos em nós mesmos e continuaremos no caminho em que estamos desde o começo do torneio. Vamos jogar no mata-mata tão bem quanto jogamos na fase de grupos”, garante Modric. Se assim for, a Croácia conquistará o direito de sonhar nesta Copa do Mundo.