MOSCOU, RÚSSIA (UOL/FOLHAPRESS) – O caso de assédio de torcedores brasileiros que gravaram uma russa falando frases depreciativas a si própria passou longe de ser o único durante a Copa do Mundo. Um levantamento da ONG Fare aponta que 30 casos de assédios contra mulheres foram reportados ao longo do Mundial na Rússia. Mas, faltando três jogos para o fim da competição, ainda não está claro o nível de punição que os assediadores receberam.
“A única coisa que vimos que chamou a atenção foi o sexismo, principalmente com mulheres russas. Houve 30 casos de mulheres reportadas, há casos famosos. (Esse número) É subestimado, acreditamos que foi dez vezes maior. Em geral, foi o principal problema”, disse nesta quarta-feira (11) Piara Powar, diretor da ONG, que está na Rússia em colaboração com a Fifa.
A Fare se descreve como uma organização guarda-chuva que reúne indivíduos, grupos informais e organizações para combater a desigualdade no futebol e usar o esporte como um meio de mudança social.
Ela está auxiliando a Fifa num trabalho exatamente para combater a desigualdade no futebol. “Não foi no ambiente de esporte. Sabemos que a situação no Brasil é bem diferente do que vimos em relação a sexismo. A possibilidade é da autoridade retirar o Fan ID [registro obrigatório para torcedores na Copa]. Isso levou alguns casos de identidade removida de Fan ID, e alguns casos de deportação”, destacou Federcico Addiechi, diretor da Fifa para casos de diversidade.
A Fifa, porém, não informa o número de pessoas que perderam a Fan ID por conta de sexismo os casos mais emblemáticos são de argentinos que perderam a credencial depois de brigarem em um estádio. Ainda de acordo com a Fifa, quem deve informar sobre as Fan ID é o governo russo, que se recusa a dar dados sobre os casos.