Pela primeira vez na história da Copa do Mundo, o sistema de árbitro de vídeo (VAR) será utilizado para auxiliar as marcações dos juízes.
A tecnologia foi utilizada como teste no Mundial de Clubes e na Copa das Confederações de 2017. Porém, já passou por algumas mudanças de protocolo desde então. Segundo a Fifa, o VAR precisa ser visto apenas como um suporte, auxiliando na menor quantidade de decisões possíveis.
Abaixo, um guia de perguntas e respostas para esclarecer as principais questões envolvendo o uso do árbitro de vídeo na Copa.
Quantos são os auxiliares de vídeo?
São 13 que trabalharão exclusivamente como assistentes de vídeo e outros sete de campo que podem desempenhar também esta função. O Brasil tem um assistente exclusivo de vídeo, Wilton Pereira Sampaio. As equipes sempre serão formadas por quatro pessoas.
Como os auxiliares de vídeo foram e serão preparados?
Desde 2016, diversos deles estão passando por clínicas e seminários. Antes de cada jogo da Copa, receberão de um grupo de estudos técnicos da Fifa um relatório detalhado de como joga cada equipe taticamente, características de cada atleta para que tenham um maior conhecimento de quem está em ação e também para que tenham mais facilidade em interpretar as jogadas. Um exemplo claro é saber se um time faz ou não linha de impedimento.
De quem é a decisão final, do árbitro do campo ou do auxiliar de vídeo?
A decisão final é sempre do árbitro de campo nos lances interpretativos, mas do árbitro de vídeo nos outros (veja mais detalhes na arte). Para os interpretativos, o auxiliar de vídeo vai passar a informação e ele tomará a decisão, podendo consultar o monitor. Porém, a recomendação é de aceitar a informação dada pelos assistentes de vídeo.
Árbitro do campo pode rever o lance no monitor?
A Fifa mudou seu protocolo e a partir de agora apenas lances de interpretação podem ser revistos pelo árbitro no monitor. Um exemplo é para ver se quando houve uma mão na bola, ela foi de forma intencional ou não. Em lances não interpretativos não é possível, como para determinar se a bola saiu ou não de campo ou confusão de identidade de jogadores.
Até quando o árbitro pode mudar uma marcação de campo por decisão do VAR?
Depende do tipo de lance. Em casos de gol, pênaltis ou impedimentos, a decisão precisa ocorrer antes que haja sequência da partida. Em casos de identidade trocada na aplicação de cartões amarelos, ela pode acontecer depois.
Existe um limite de vezes que o VAR pode ser acionado durante um jogo?
O VAR pode ser acionado quantas vezes forem necessárias durante o jogo. Sempre caberá ao assistente de vídeo avisar que é necessária uma revisão. “A iniciativa tem de partir do assistente de vídeo. Não queremos mudar a essência do árbitro e que em toda jogada ele faça questionamentos se fez ou não a marcação correta”, disse Massimo Busacca, diretor do departamento de arbitragem da Fifa.
Existe um tempo limite para tomada de decisão?
Não existe um limite, mas a tendência, pelos estudos e testes feitos, é que as decisões levem entre 30 segundos e 1 minuto. Claro que exceções podem ocorrer, segundo a própria Fifa.
O árbitro pode mudar a finalidade de um pedido de VAR? Por exemplo, pede por causa de uma dúvida de impedimento, mas, ao rever as imagens, detecta um pênalti.
Sim, ao consultar o VAR pode haver mudança da finalidade. Por exemplo: se em uma jogada de disputa dentro da área, antes do impedimento houver um pênalti, mas só o impedimento tiver sido marcado originalmente, o assistente de vídeo pode apontar que houve um pênalti e ele será cobrado normalmente.
O que acontece se um jogador tirar a camisa para comemorar um gol, receber o amarelo e o gol for anulado pelo VAR?
O cartão amarelo será mantido mesmo que o gol seja anulado, pois consiste em uma atitude antidesportiva.
Qual a recomendação para os bandeirinhas em caso de dúvida em um impedimento?
A recomendação é para não levantarem a bandeira e deixarem o lance seguir, pois assim será possível fazer uma revisão do lance para anular ou não caso ele resulte em gol.