Copa 2018

Na sede mais distante da Copa, Brasil é time só de alguns peruanos

Se a empolgação com a Copa do Mundo mudou a rotina da capital russa, Moscou, a história é bastante diferente quando se chega à cidade-sede mais distante do Mundial.

Em Iekaterimburgo, não se vê hordas de turistas de diversos países nas ruas centrais, os bares em que é possível ver os jogos não têm placas ou bandeiras chamativas e até mesmo a Fan Fest da Fifa é esvaziada.

A rua Malisheva, polo de restaurantes e casas norturnas, mantém uma rotina pacata durante o dia, sem o pique de Carnaval visto nas vias para pedestres que se intercomunicam no centro moscovita –palco de shows, celebrações e confraternizações regadas a bastante bebida alcoólica.

A letargia se manteve nesta sexta (22), quando um público de dezenas de pessoas foi assistir à difícil vitória do Brasil sobre a Costa Rica. Naquele espaço, o time de Tite precisou do apoio de colegas sul-americanos: os peruanos.

Como o Peru havia jogado na véspera na cidade, perdendo para a França, alguns de seus torcedores ainda não haviam ido embora. Alguns estavam acompanhados de brasileiros, como o especialista em paisagismo Mauro Roque, que é de Piracicaba mas mora em Washington.

“Meu genro é peruano. Então estou acompanhando ele por toda a Rússia, já estivemos em Saransk e agora vamos para Sochi”, afirmou ele, que envergava uma camisa 10 do atacante Neymar. “Agora, o time precisa ajudar.”

Se a equipe não fez sua parte no primeiro tempo, os chuviscos que viraram uma chuva razoável no fim da segunda etapa ajudaram a piorar o cenário desolador.

Ainda assim, como em Iekaterimburgo o fuso é duas horas a mais do que Moscou, a Fan Fest recebeu um público na casa das poucas centenas do meio para o fim da partida, provavelmente egresso da jornada de trabalho.

Quando os gols saíram, os peruanos remanescentes, desanimados com o fracasso de sua seleção, comemoraram bastante. Mas não todos.

“Esse Neymar é uma fraude, cai só de olhar para ele”, disse Javier Molina, que veio de Lima para acompanhar seu time, que não jogava uma Copa desde 1982. As críticas ao atacante brasileiro eram frequentes entre os presentes ao longo da partida.

O friozinho de 15 graus e o tempo fechado deram um ar de programa de índio à Fan Fest. Mas o fato é que, em Iekaterimburgo, não se respira o tal clima de Copa. Apenas outdoors aqui e ali lembram que se trata de uma sede.

Ela já recebeu dois jogos da primeira fase da Copa, será palco de Japão x Senegal no domingo (24) e ainda receberá México x Suécia no dia 27.

Iekaterimburgo é o portal para a porção asiática da Rússia e isolada na ponta leste do quadrante da Copa, disputada apenas em cidades da parte europeia do maior país do mundo.

A 1.400 km de Moscou e com a quarta maior população do país, 1,4 milhões de pessoas, ela foi nomeada em homenagem a Catarina 1a, mulher do czar Pedro, o Grande, que lhe legou o trono após morrer.

Foi palco da execução da família real russa pelos bolcheviques em 1918, após a revolução, e ganhou dinamismo econômico ao longo dos anos soviéticos como centro de produção mineral.

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