O presidente da França, Emmanuel Macron, deverá assistir à partida da semifinal da Copa entre a seleção de seu país e a da Bélgica, nesta terça (10), em São Petersburgo. Ele não irá, contudo, se encontrar com o presidente russo, Vladimir Putin.
Segundo o Kremlin, não havia expectativa de que tal encontro ocorresse. Macron estará no dia seguinte em Bruxelas para a reunião de cúpula da Otan, a aliança militar do Ocidente. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que as relações com a França estão em “alto nível”, apesar da crise diplomática entre Moscou e o Ocidente.
Desde março, quando o Reino Unido acusou o Kremlin de mandar envenenar um ex-espião russo e sua filha em uma cidade inglesa, houve a maior expulsão mútua de diplomatas desde a Guerra Fria. A França contribuiu com quatro expulsões de russos, sendo paga na mesma medida. No universo total, 342 pessoas, foi relativamente pouco.
A morte de uma mulher que supostamente manuseou objeto contaminado com o veneno usado contra o ex-espião, ocorrida no domingo (8), não deverá melhorar os ânimos. Peskov disse que está preocupado com o caso, e criticou como absurdas as acusações inglesas de envolvimento do governo russo no ataque. O ex-espião e a filha estão vivos, sob custódia britânica.
A abertura da Copa do Mundo em seu país demonstrou o isolamento diplomático do Kremlin. Nenhum chefe de Estado ou governo ocidental importante esteve presente. No Brasil, em 2014, o mesmo ocorreu na estreia, mas ao longo da Copa nomes de relevo visitaram jogos da Copa, como a chanceler alemã, Angela Merkel, e o então vice-presidente americano, Joe Biden.
Os britânicos chegaram a propor um boicote completo à Copa, o que não ocorreu. Bom para a seleção, que chegou à sua primeira semifinal em 28 anos, pegando a Croácia na quarta (11), em Moscou.
Se os ingleses chegarem à final, a situação ficará constrangedora, já que o protocolo da Fifa prevê a presença de chefes de Estado ou governo dos países na disputa. Não é factível que a primeira-ministra Theresa May aceite tal convite.