Árbitro da vitória do Brasil sobre a Costa Rica, nesta sexta-feira (22), em São Petersburgo, o holandês Björn Kuipers, 45, sofreu com as reclamações e a chiadeira de Neymar. E era exatamente isso o que ele, Kuipers, fazia com os juízes quando era jovem.
Filho de árbitro, perseguiu o sonho de ser jogador de futebol. E não costumava dar muita paz aos apitadores quando jogava.
“Eu não era muito bom com os árbitros. Eu sempre os criticava, às vezes demais. Meu pai foi árbitro e estava assistindo a uma partida quando disse: ‘Chega, é melhor você mesmo ser o juiz’. E foi assim que eu comecei”, disse ele, em entrevista ao site da Fifa, em 2014.
Kuipers (diz-se Káipers) começou a carreira na arbitragem logo que parou de jogar futebol, em 1989, aos 16 anos.
Ganhou destaque nos jogos do Campeonato Holandês e se tornou internacional em 2006.
Mais tarde, já acostumado a apitar grandes jogos de Liga dos Campeões e de seleções europeias, o holandês foi premiado com a final da Copa das Confederações de 2013.
Naquela partida, a seleção brasileira venceu a então campeã do mundo Espanha, por 3 a 0, e ficou com o título.
Kuipers expulsou Piqué com vermelho direto após falta dura em Neymar quando o jogo já estava 3 a 0 e chegou a dar um pênalti para os espanhóis, desperdiçado por Sergio Ramos.
Um ano depois, Björn Kuipers apitou a final da Liga dos Campeões entre Real Madrid e Atlético de Madri. Neste dia, ao contrário de 2013, Sergio Ramos foi herói, marcando o gol que empatou o jogo aos 48 minutos do segundo tempo.
Na prorrogação, o Real fez 4 a 1, com Bale, Marcelo e Cristiano Ronaldo, e conquistou sua décima taça na competição, a primeira das quatro que conquistou nas últimas cinco edições.
Juntamente com a carreira na arbitragem Kuipers também é um empresário de sucesso. O holandês, que estudou administração de empresas, foi proprietário de três lojas da rede holandesa de supermercados C1000.
Ganhou muito dinheiro vendendo duas dessas lojas para a rede Jumbo, também da Holanda, além de ser proprietário de um salão de cabeleireiros em sua cidade natal, Oldenzaal, no leste do país.
Segundo matéria da edição holandesa da revista Esquire, Kuipers é multimilionário. Não mais que Neymar ou Philippe Coutinho, amarelados por ele nesta sexta, em São Petersburgo, e autores dos gols brasileiros.
Mas ainda um multimilionário árbitro de futebol, que um dia também gostou de reclamar do trabalho dos juízes.