Numa Copa do Mundo pródiga de dificuldades para os ditos favoritos, poucos confrontos na segunda rodada da primeira fase são tão emblemáticos desse cenário.

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Japão e Senegal se enfrentam neste domingo (24) em Iekaterinburgo, e um deles poderá sair líder do grupo e virtual classificado para as oitavas de final caso vença a outra zebra em campo.

Na primeira rodada, as seleções surpreenderam. Liderado pelo atacante Shinji Kagama, o Japão despachou a Colômbia por 2 a 1, naquela que foi a primeira vitória de um time asiático contra um sul-americano em Copas.

Kagama vinha sendo negligenciado na equipe até a chegada do veterano técnico Akira Nishino, em abril. Converteu o pênalti que abriu o placar contra os colombianos.

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Nishino disse neste sábado (23) que sua maior preocupação é a força física dos africanos. “Eu disse para os jogadores que você não ganha 5 cm e 5 kg de uma só vez”, brincou.

“Se houver muito contato, estaremos em desvantagem. Assim, temos de variar o jogo e usar nossa velocidade. Usar o cérebro em vez do físico”, disse, repetindo clichês sobre times asiáticos e africanos, ressaltando que Senegal tem uma inusual disciplina tática.

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“Os jogadores africanos são disciplinados. Você não pode dizer que asiáticos ou europeus são mais disciplinados do que os africanos”, afirmou o técnico senegalês, Aliou Cissé, único treinador negro no Mundial.

Sob seu comando, o Senegal surpreendeu os poloneses do atacante Robert Lewandowski na estreia por 2 a 1.

A estrela do time, o atacante Sadio Mané, disse que não se vê dessa forma. “Jogamos coletivamente. O jogo será bonito, o Japão é um time agressivo”, afirmou.

Ambos as equipes procuram fazer história. Os japoneses têm mais tradição em Copas, e desde 1998 estiveram em todas as edições –tendo chegado duas vezes às oitavas de final (2002 e 2010).

“Temos de ganhar, mesmo que seja de forma um pouco arriscado”, disse Nishino.

Já Senegal só participou do Mundial de 2002, quando surpreendeu e chegou às quartas –o capitão era o hoje técnico Cissé. Decepcionou nas três edições seguintes, sem se classificar.

“Nós queremos chegar no mínimo onde chegamos em 2002. As duas gerações são muito boas, aquela e a atual”, afirmou Cissé.

O jogo entre ambos será na Arena Iekaterimburgo, um dos estádios mais peculiares do Mundial. Para não alterar a fachada histórica, de 1957, foram feitas duas arquibancadas temporárias externas que fazem a construção parecer um bolo fatiado.

Ao fim da Copa, como no caso do Itaquerão, as estruturas serão desmontadas. A capacidade cairá de 35 mil para 25 mil pessoas, e ainda assim parece muito: o time da casa, o FC Ural, colocou uma média de 8.115 pagantes nos jogos que mandou nesta temporada na primeira divisão russa.

O jogo oporá as duas torcidas que se destacaram por promover a limpeza de suas áreas após os jogos. O zagueiro japonês Maya Yoshida respondeu com sarcasmo à pergunta de um jornalista britânico, que quis saber se ele também arrumava o vestiário.

“Comparado com o da Premier League (primeira divisão inglesa, onde ele joga), nosso vestiário é mais limpo, claro”, disse.

Enquanto isso, Polônia e Colômbia terão de mostrar serviço no embate em Kazan. Sem o protagonismo e sabendo que uma segunda derrota virtualmente exclui a equipe do Mundial, o jogo entre as seleções poderá ter elementos de desespero.

Obviamente, como resultados pouco óbvios em vários grupos demonstra até aqui, todo esse cenário pode ser embaralhado novamente para a terceira a rodada.

JAPÃO X SENEGAL

12h, na Arena Iekaterinburgo

TV: Globo, FoxSports e SporTV