Hugo Lloris, goleiro da França, saía do estádio quando foi questionado sobre quem era o favorito ao título da Copa do Mundo.

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“O Brasil”, respondeu.

Em seguida parou, lembrando que em poucos minutos começaria a partida da equipe de Tite contra a Bélgica, pelas quartas de final.

“Se a Bélgica ganhar, nós passamos a ser a principal equipe [no torneio]”, constatou o goleiro francês.

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A França assumiu a condição de maior candidata a ser campeã mundial na Rússia. Com autoridade, toque de bola, ajuda do goleiro rival e para frustração da torcida sul-americana, maioria no estádio, os europeus venceram o Uruguai por 2 a 0 nesta sexta (6), em Nijni Novgorod, e avançaram para a semifinal.

O Uruguai fez o que se esperava. Lutou bastante, tentou as bolas aéreas e ganhou as divididas. A França teve melhor toque de bola e criatividade nos momentos decisivos.

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Houve outro fator que diferenciou as duas seleções. Com seu time vencendo por 1 a 0, Lloris espalmou cabeçada à queima-roupa de Cáceres, em uma das defesas mais difíceis da Copa do Mundo. 

No segundo tempo, o uruguaio Muslera deixou passar um chute fácil de Griezmann por entre suas mãos e, com a vantagem de dois gols, não havia como a França perder.

O técnico Didier Deschamps havia dito que o objetivo de sua seleção era ir além do resultado de 2014, no Brasil, quando caiu nas quartas de final para a Alemanha. Pode muito mais do que isso. 

A França volta às semifinais da Copa pela primeira vez desde 2006, quando perdeu a decisão para a Itália, no jogo que entrou para a história (também) pela cabeçada de Zidane no zagueiro Matterazzi em seu último jogo como profissional. Se considerado que há apenas a Inglaterra (que enfrenta a Suécia neste sábado, 7) viva no torneio entre as seleções que já foram campeãs mundiais, Lloris tem motivo mesmo para achar que a França se tornou favorita.

Na semi, em São Petersburgo na terça (10), vai enfrentar uma escola parecida com a sua. A Bélgica é resultado de um trabalho de longo prazo na formação de atletas. A base da França veio de Clairefontaine, o centro de excelência da federação que completa 30 anos de fundação em 2018.

“É uma proposta que nós tentamos imitar. Quando trabalhava para a Fifa na Copa de 1998, visitei Clairefontaine e não tenho vergonha de dizer que é inspiração para o Uruguai”, afirmou o técnico derrotado pela França nesta sexta, Óscar Tabárez, humilde.

A mesma humildade que o fez reconhecer que, sem Cavani, lesionado na coxa direita, e com apenas Suárez como atacante de peso na equipe, ele precisava fazer algo. O Uruguai usou os lançamentos longos, as brigas pelos rebotes e os cruzamentos para tentar ameaçar. Suárez passou os 90 minutos sem ter uma chance real para finalizar.

Em parte, mérito de Varane, que soube marcar o 9 adversário e ainda foi ao ataque fazer o primeiro gol da partida, de cabeça.

Ele terá uma tarefa igualmente complicada contra a Bélgica. Anular Lukaku, autor de quatro gols na Copa.

Será o primeiro encontro entre França e Bélgica na Copa desde que fizeram a disputa do terceiro lugar em 1986 com ânimos bem distintos. 

Para os franceses, que tinham a última chance de serem campeões com a geração de Michel Platini, era decepcionante não estar na final. A Bélgica perdeu, ficou na quarta posição e teve sua melhor campanha na história.

Em São Petersburgo, vão tentar mais. Mas para isso, terão que bater a França assumidamente favorita de Lloris.