SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O meio-campista Fred foi convocado para defender o Brasil na Copa do Mundo de 2018, na Rússia, mas nem chegou a entrar em campo durante a campanha. O motivo, segundo o técnico Tite, foi uma entorse no tornozelo direito sofrido no dia 7 de junho, ainda durante a preparação da equipe na Granja Comary, em Teresópolis (RJ).

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Um mês depois, com o Brasil já eliminado, Tite disse que o jogador “não conseguiu fazer a sua recuperação total”. A versão, porém é diferente da apresentada por Bruno Mazziotti, fisioterapeuta da seleção brasileira, em entrevista ao canal de TV por assinatura ESPN Brasil neste sábado (14).

Segundo Mazziotti, Fred já tinha “condições de competitividade plena” a partir da segunda partida no Brasil pela fase de grupos da Copa de 2018, diante da Costa Rica. “O Fred se restabelece clinicamente e evolui na questão física. Então ele foi liberado”, disse ele, atestando que o jogador estava em “perfeitas condições” para entrar em campo.

Havia a possibilidade de cortar Fred antes da Copa do Mundo para chamar outro jogador. No entanto, segundo Mazziotti, a comissão técnica optou por manter o jogador para não ter que contar com outro jogador que poderia já estar de férias.

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“No dia da liberação do Renato (Augusto para treinos), o Fred se lesiona no treino numa entrada normal, de competição de treino (…). A gente reavalia o Fred, dá um tempo ainda hábil suficiente. Imagina trazer um outro jogador, de repente em período de férias se joga na Europa, desmobilizado, porque não estava ali treinando. De repente, você tem muito mais problema do que tentar recuperar o jogador. A medida que a gente viu que a evolução do Fred era satisfatória, a gente comprou a condição de manter ele dentro do grupo, e ele foi evoluindo. Aí a gente precisa ajudar a capacidade à demanda”, disse Mazziotti.

“A demanda do nosso tipo de trabalho, a demanda do trabalho do Tite, é um trabalho de alta intensidade, criando esse nível de competitividade. Não dá para tirar isso do atleta. Você pode controlar o volume, você pode controlar um pouco da carga, mas tirar a intensidade do atleta está indo contra aquilo que a gente precisa dentro do jogo. No treino, a chance de um atleta se machucar é muito menor que no jogo. No jogo, em mil horas, você tem 32 vezes mais (risco) do que no treino. Esse risco, a gente assume à medida que a gente controla e tem as informações através da tecnologia”, acrescentou.

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