MOSCOU (RÚSSIA) SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Pela primeira vez em uma Copa do Mundo um time avançou de fase por critério de disciplina. O Japão passou às oitavas, na quinta-feira, por ter levado menos cartão amarelo do que Senegal. Um dia após a inédita vaga por fair play, a Fifa considerou positiva a adoção da regra que premia o “jogo limpo”.

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Diretor de torneios e eventos da Fifa, Colin Smith exaltou nesta sexta-feira, em reunião da entidade, o critério por fair play e projeta a manutenção desse sistema para campeonatos futuros.

“Obviamente, o que queremos evitar é o sorteio. Esse critério é mais uma forma de se evitar a decisão por sorteio. Vamos rever após a Copa, analisar o feedback [retorno]. Não vemos nenhuma necessidade de mudar a regra”, disse Smith, em evento da Fifa em Moscou.

Ciente de que poderia avançar graças ao “jogo limpo”, o Japão proporcionou cena curiosa. O time perdia para a Polônia por 1 a 0, resultado que asseguraria o time asiático nas oitavas pelo critério do “jogo limpo”.

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Mesmo estando em desvantagem no placar, os japoneses praticamente abdicaram do ataque nos 15 minutos finais de jogo, tratando de se blindar para evitar outros gols poloneses, que tirariam o Japão da fase seguinte do Mundial.

Japão e Senegal terminaram a fase de grupos com quatro pontos e empatados em saldo de gols, gols marcados e sofridos. O confronto direto entre as duas equipes, na segunda rodada, teve igualdade por 2 a 2. Sendo assim, a decisão da vaga favoreceu o time mais disciplinado: os asiáticos levaram quatro cartões amarelos contra seis dos africanos.

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Após o jogo, o técnico do Japão, Akira Nishino, admitiu que pediu aos atletas para que segurassem a derrota por 1 a 0.

A estratégia japonesa foi vista com ressalvas pelo diretor da Fifa.

“Cada jogo é competitivo e todos os times querem ganhar. São casos isolados [o que aconteceu com o Japão], e se encontram neste cenário. Obviamente, a nossa posição, é que o futebol deva ser competitivo. E os fãs querem ver isso. E temos visto isso.”

“A preferência é que times avancem em gols e resultados, com ganhadores naturais. O fair play é um critério adicional”, disse Smith.