SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Eldar Issaiev, ex-presidente do recém-rebaixado Anzhi, foi preso por envolvimento em um esquema de venda de ingressos falsos para torcedores chineses, segundo anunciaram nesta quinta-feira autoridades russas. O ex-dirigente ficará preso pelo menos até 10 de agosto e, se condenado, pode pegar dez anos de prisão.

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De acordo com a Embaixada da China na Rússia, uma empresa chamada Anzhi Msk contatou diversas agências chinesas de turismo oferecendo entradas para a Copa e dando como garantia uma carta falsa do comitê organizador. A empresa teria recebido 860 mil euros e as agências chinesas teriam denunciado a fraude assim que perceberam que a carta era falsa.

Segundo o jornal chinês “Global Times”, foram vendidos 3,5 mil ingressos falsos a torcedores chineses, que só perceberam o golpe quando tiveram a entrada negada nos estádios russos. A Anzhi Msk foi criada em 2017 e a dona é Janna Briutova, noiva de Issaiev. Segundo informação da agência France Presse, a sede registrada para a companhia fica em um prédio abandonado em Moscou. Em nota, o Anzhi disse que não tem responsabilidade quanto aos atos de seu ex-presidente. “As atividades de Eldar Issaiev depois de deixar o clube não tem qualquer relação com o Anzhi”, afirma a nota.

Em janeiro, o site chinês “People’s Daily” já havia alertado que era altamente possível que qualquer pessoa que comprasse ingressos de agências chinesas tivesse em mãos entradas falsas ou não recebesse o que comprou. O jornal “The New York Times” entrevistou um torcedor chinês que pagou US$ 650 por um ingresso para ver Argentina x Islândia. Só assistiu à partida porque um amigo, ao saber da fraude, lhe comprou uma entrada. Segundo o torcedor, chamado, Xue Qiulian, a agência ofereceu lhe pagar o valor gasto com a entrada. Destino que não se sabe se será o de todos os enganados.

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