Dona de uma escola em que a posse de bola é primordial, a Espanha chegou à Copa com apenas três gols tomados em 3 dos 10 jogos que disputou nas eliminatórias.

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Apenas a Inglaterra, bastião da retranca sem exatamente o refinamento espanhol, teve desempenho igual.

Em solo russo, tudo mudou. Nos três jogos da primeira fase, o time campeão de 2010 é o mais vazado entre os 16 que chegaram às oitavas de final ao lado da Argentina, com cinco gols sofridos.

Três deles têm a assinatura de Cristiano Ronaldo, o atacante português que brilhou no empate por 3 a 3 da estreia. Dois foram marcados por Marrocos, e apenas o Irã não deixou o seu.

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“Esse não é o caminho”, disse Fernando Hierro, o técnico que assumiu o time na véspera do Mundial. Ele sabe o que fala: foi zagueiro da seleção de seu país em 89 jogos e participou de quatro Copas.

Neste domingo (1º), às 11h, pelas oitavas de final, a Espanha terá pela frente em Moscou a Rússia, dona do segundo melhor ataque, com oito gols anotados. Tcherichev, com três, e Dziuba, com dois, aparecem como as principais ameaças à meta espanhola.

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“Temos de ser mais sólidos, e já não há mais margens de erro. Qualquer um pode deixar você fora. Precisamos ser contundentes e sérios. A Rússia vem jogando um futebol de alto nível”, afirmou o zagueiro Sergio Ramos.

Ele falou após o jogo contra Marrocos, no qual o empate por 2 a 2 acabou sendo o suficiente para avançar na primeira colocação do grupo.

O histórico dá argumentos para Ramos falar em solidez defensiva. Além do desempenho nas eliminatórias, ele estava ao lado de seu atual parceiro, Gerard Piqué, na campanha campeã do mundo de 2010, na África do Sul.

Lá, a Espanha levou apenas dois gols durante todo o torneio. No mata-mata, passou em branco. Foram quatro vitórias seguidas por 1 a 0 até chegar ao título contra a Holanda, na prorrogação.

A média de gols sofridos foi de apenas 0,3 por jogo, a melhor entre todos os campeões mundiais na história.

Em 20 edições de Copa já realizadas, apenas em 4 um vencedor levou mais de um gol por jogo. Os espanhóis, atualmente, têm média de 1,6.

“O mais importante para ganhar um Mundial é transmitir solidez defensiva. A partir daí o resto do time se sente mais confortável para ir fazendo gols que garantem o avanço de fase. Foi o que nos aconteceu na África do Sul”, disse Piqué, após o jogo contra o Irã.

Os gols tomados pela Espanha também não podem ser creditados apenas à defesa e erros cometidos. O goleiro David de Gea está longe de uma fase brilhante.

Segundo as estatísticas da Fifa, das seis bolas que foram em direção ao seu gol, cinco foram parar na rede. Isso o deixa com o pior aproveitamento entre os 40 goleiros que entraram em campo nesta Copa. Defendeu somente 16,7% dos chutes contra sua meta.

Apesar disso, não há nenhuma chance de mudança na posição. Hierro deverá, contudo, sacar Thiago Alcántara e mandar a campo Koke. Outra mudança no meio de campo pode ser a entrada de Asensio no lugar de David Silva.

ESPANHA

De Gea; Carvajal, Piqué, Sergio Ramos, Alba; Busquets, Koke, Isco, Iniesta, David Silva (Asensio); Diego Costa. T.: Fernando Hierro

RÚSSIA

Akinfeev; Mario Fernandes, Kutepov, Ignashevich, Zhirkov; Zobnin, Gazinskiy, Samedov, Golovin, Cheryshev; Dzyuba. T.: Stanislav Cherchesov

Estádio: Lujniki, em Moscou

Horário: 11h deste domingo

Juiz: Bjorn Kuipers (HOL)