Dos campos amadores do Vila Hauer para a Copa do Mundo da Rússia. O destino foi glorioso para o curitibano Thiago Cionek. O zagueiro, de 32 anos, não irá vestir a amarelinha e ser comandado por Tite. Porém, ele estará ao lado de Robert Lewandowski na seleção da Polônia, cabeça de chave do Mundial, e, inclusive, titular nesta terça-feira (19), no duelo da equipe contra Senegal.
Naturalizado polonês, o defensor nunca teve a oportunidade de brilhar por um time de sua terra-natal. Sem espaço no Trio de Ferro, Cionek foi iniciar sua carreira no futebol profissional em Mato Grosso. Mais precisamente no Cuiabá Esporte Clube, que atualmente disputa a Série C do Campeonato Brasileiro.
- Rival do Brasil, Sérvia anuncia pré-lista de 27 convocados pra Copa do Mundo
- Seleção brasileira recebe visita de Zagallo e cartolas da CBF
- CBF ainda espera aval da Fifa pra liberar uso de 12 suplentes
“No começo não foi fácil, na base eu não pude jogar em nenhum time grande, joguei por equipes amadoras, até que eu fui pro Cuiabá e de lá começou. Foi um início difícil, como é para quase todos os jogadores e eu tenho muito orgulho disso, de ter batalhado e nunca desistido do meu sonho”, disse o zagueiro, em entrevista à Tribuna do Paraná!.
Do Cuiabá, ele se transferiu pela primeira vez para a Europa. Foi jogar no Bragança, de Portugal. Não deu certo. Ele voltou ao Brasil e vestiu a camisa do CRB. Após uma temporada no clube alagoano, veio a proposta do futebol polonês. Cionek ficou quatro anos no Jagiellonia Bialystok e lá, enfim, se tornou cidadão da Polônia.
Na sequência, o zagueiro se transferiu para o futebol italiano e não saiu mais. Passou por Padova, Modena, Palermo e, atualmente joga pelo, SPAL. “Já estou há 10 anos na Europa e estou muito feliz. Construí toda a minha carreira aqui, sou muito respeitado pelos clubes e fico feliz pelo carinho que os torcedores têm por mim”, comemora o defensor.
A felicidade maior veio no último dia 14, quando Cionek viu que seu nome estava na lista de convocados para a Copa do Mundo da Rússia. “Eu já fazia parte da seleção há algum tempo, e sei da concorrência que existe, mas eu tinha muita esperança que isso pudesse acontecer. Estou muito feliz e muito honrado em vestir a camisa da Polônia”, ressaltou. No Grupo H, os poloneses enfrentarão Colômbia, Japão e Senegal. Uma chave, teoricamente, tranquila. Mas, na prática, a tendência é que não tenha jogo fácil neste Mundial.
“A nossa seleção vem de uma evolução muito grande, já ocupamos o quinto lugar no ranking da FIFA e isso é fruto de muito trabalho, não é à toa que somos cabeça de chave na Copa. Acredito que podemos sim surpreender, pelo elenco qualificado que a gente tem. Copa do Mundo tudo pode acontecer, é um torneio curto, então precisamos ter o foco e a concentração em alta”, declarou o zagueirão, que será o único representante de Curitiba na Copa de 2018. “Sou de Curitiba e sempre que posso visito meus familiares e amigos que lá estão. É a cidade que tem a maior colônia polonesa na América do Sul. Tenho um carinho muito grande de ter nascido nessa grande cidade”, concluiu.