Romelu Lukaku, 25, deu mostras neste sábado (23) de que está forte na briga pela artilharia da Copa do Mundo e é peça fundamental da “ótima” geração belga em busca de uma campanha histórica.
O atacante do Manchester United anotou dois gols e, ao lado de Eden Hazard, que também deixou sua marca duas vezes, foi o destaque da vitória da sua seleção sobre a Tunísia, por 5 a 2, na Arena Spartak, em Moscou. Foi o duelo com mais gols na Copa até agora, superando os seis do empate em 3 a 3 entre Portugal e Espanha.
Lukaku chegou a quatro no Mundial e empatou com Cristiano Ronaldo na ponta da tabela dos goleadores.
Ainda deixou sua seleção praticamente garantida nas oitavas de final, precisando apenas que o Panamá não bata a Inglaterra neste domingo (24). Os belgas, que já haviam feito 3 a 0 sobre os panamenhos, são líderes do grupo G, com seis pontos. Os tunisianos, ainda com zero na tabela, têm pequena chance de classificação.
Descendente de congoleses e nascido na Antuérpia, Lukaku tem história de superação comum a muitos filhos de imigrantes. Em artigo recente ao site The Players Tribune, contou que passou fome na infância e que vários dias o único alimento era pão em leite. Em algumas ocasiões, leite misturado com água.
Se queixou também de ler reportagens de que quando atua mal sempre o citam como um belga de ascendência congolesa. Quando vai bem é simplesmente belga.
“Quando as coisas não estavam indo bem, eu lia os jornais e estavam me chamado de Romelu Lukaku, o artilheio belga”, escreveu o atacante que se lembra de 20002, quando estava na frente da TV assistindo Ronaldo brilhar na Copa da Coreia e do Japão. E pelo que tem feito até agora nesta Copa, certamente sua origem já não será tão importante.
E isso deu para ver pelo comportamento da torcida, que o ovacionou quando saiu aos 13 minutos do segundo tempo, quando a vitória já estava assegurada. Há quatro anos, em sua primeira Copa do Mundo, no Brasil, Lukaku só havia anotado um gol.
O primeiro tempo foi disputado em ritmo intenso, com a Bélgica tomando a inciativa desde os minutos iniciais. Sem dar chance a Tunísia, precisou de só 16 minutos para fazer 2 a 0, em um gol de pênalti de Hazard e um de Lukaku.
Os belgas, aliás, acabaram com um jejum de sete partidas seguidas sem anotar gol em primeiro tempo de jogos de Copa. A vitória parecia se encaminhar de forma tranquila, mas aos 18min a Tunísia diminuiu com Bronn de cabeça e o jogo ficou parelho.
Os tunisianos se animaram e passaram a controlar a posse de bola. Também sofreram com duas lesões ainda primeira etapa, perdendo o autor do gol e o zagueiro Ben Youssef. A Bélgica porém foi cirúrgica na chance que teve aos 48min e Lukaku marcou seu quarto gol na Copa ao receber passe preciso de Meunier.
Na segunda etapa, o segundo gol de Hazard logo aos 6min acabou com qualquer esperança da torcida africana que fez muito barulho e era maioria no estádio. Aos 45min, depois de duas chances claras perdidas, Batshuhayi deixou sua marca. Nos acréscimos, a Tunísia ainda descontou com Khazri.
Além do largo triunfo, a Bélgica ainda conseguiu se poupar durante parte da segunda etapa já pensando no duelo da próxima quinta-feira (28) contra a Inglaterra, em Kaliningrado.