Copa 2018

Aplicativo de paquera tem pico de utilização em dias de jogos na Rússia

O aplicativo de paquera Tinder vem registrando picos de utilização em dias de jogos da Copa em cidades como Moscou e São Petersburgo.

Segundo levantamento do jornal econômico Vedomosti, as maiores operadoras de celulares russas são unânimes acerca do fenômeno. A MTS, por exemplo, registrou 11 vezes mais tráfego de dados do aplicativo na capital russa em dias de jogo na cidade. A Megafon identificou um volume menor, de 3,5 vezes.

Nas sedes maiores, a Copa virou um grande evento social na rua. As vias para pedestres no centro de Moscou viraram uma espécie de festa constante. Desde a semana passada, bares estão registrando falta de cerveja ao fim do expediente, devido ao alto consumo da bebida.

“É claro que há paquera, assim como há gente que apenas quer conhecer gente nova e aqueles que são completamente idiotas”, afirma a dona de bar Ievguênia Mikhailova, que toca o Untitled, lugar da moda na rua Petrovka.

Ela disse não ter identificado nenhum caso em seu estabelecimento, mas teve conhecimento e condenou o notório episódio em que turistas brasileiros assediam e insultam uma russa enquanto gravam um vídeo. Ievguênia acredita, contudo, que são casos isolados.

“Eu uso o Tinder, sim, mas porque é o jeito mais fácil de conhecer estrangeiros. Não quero transar com ninguém. Não estamos acostumados, depois de tantos anos com sanções e todo o mais, a ter tanta gente diferente na rua da nossa cidade”, afirmou Iulia, frequentadora do Untitled que não quis revelar o sobrenome.

O tema da paquera foi abordado de forma polêmica na semana passada pela presidente da Comissão da Família da Duma, a Câmara baixa do Parlamento, Tamara Pletnoia. Ela fez um apelo às jovens russas para que não fizessem sexo com estrangeiros durante o período da Copa, sob pena de se tornarem mães solteiras. Ela também adicionou um componente racista à fala, ao dizer para que fossem evitados especialmente aqueles que não fossem “da sua raça”. A parlamentar foi alvo de protestos em redes sociais.

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