O aplicativo de paquera Tinder vem registrando picos de utilização em dias de jogos da Copa em cidades como Moscou e São Petersburgo.
Segundo levantamento do jornal econômico Vedomosti, as maiores operadoras de celulares russas são unânimes acerca do fenômeno. A MTS, por exemplo, registrou 11 vezes mais tráfego de dados do aplicativo na capital russa em dias de jogo na cidade. A Megafon identificou um volume menor, de 3,5 vezes.
Nas sedes maiores, a Copa virou um grande evento social na rua. As vias para pedestres no centro de Moscou viraram uma espécie de festa constante. Desde a semana passada, bares estão registrando falta de cerveja ao fim do expediente, devido ao alto consumo da bebida.
É claro que há paquera, assim como há gente que apenas quer conhecer gente nova e aqueles que são completamente idiotas, afirma a dona de bar Ievguênia Mikhailova, que toca o Untitled, lugar da moda na rua Petrovka.
Ela disse não ter identificado nenhum caso em seu estabelecimento, mas teve conhecimento e condenou o notório episódio em que turistas brasileiros assediam e insultam uma russa enquanto gravam um vídeo. Ievguênia acredita, contudo, que são casos isolados.
Eu uso o Tinder, sim, mas porque é o jeito mais fácil de conhecer estrangeiros. Não quero transar com ninguém. Não estamos acostumados, depois de tantos anos com sanções e todo o mais, a ter tanta gente diferente na rua da nossa cidade, afirmou Iulia, frequentadora do Untitled que não quis revelar o sobrenome.
O tema da paquera foi abordado de forma polêmica na semana passada pela presidente da Comissão da Família da Duma, a Câmara baixa do Parlamento, Tamara Pletnoia. Ela fez um apelo às jovens russas para que não fizessem sexo com estrangeiros durante o período da Copa, sob pena de se tornarem mães solteiras. Ela também adicionou um componente racista à fala, ao dizer para que fossem evitados especialmente aqueles que não fossem da sua raça. A parlamentar foi alvo de protestos em redes sociais.