O Atlético e a Prefeitura de Curitiba conseguiram, em parte, o que desejavam no II Seminário das Cidades-Sedes da Copa do Mundo de 2014. Representantes da capital paranaense reuniram-se ontem com membros da Fifa e do comitê organizador do Mundial e ganharam prazo maior para concluir o estudo de viabilidade econômica da Arena da Baixada, além da revisão de algumas exigências da Fifa para conclusão do estádio.
O Atlético soube da FIFA, por exemplo, que a cobertura total nos moldes que o clube previa só será necessária nos estádios da abertura e da final da Copa. Como não é o caso de Curitiba, só aí o clube deixaria de gastar R$ 32 milhões. O Furacão também não precisará construir áreas de entretenimento no terreno onde ficava o Colégio Expoente, o que renderá mais uma bela economia.
Assim, o projeto de adequação do estádio para a Copa será refeito pelo Atlético, em conformidade com as novas exigências. O custo total, antes calculado em R$ 138 milhões, poderá cair para algo em torno de R$ 70 milhões.
A apresentação da capital paranaense começou às 18h30 e durou cerca de três horas. O secretário municipal Luiz de Carvalho, gestor da Copa na cidade; a engenheira Suzana Andrade, do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (Ippuc); arquiteto Carlos Arcos, autor do projeto da Arena; e os vereadores Renata Bueno (PSB), Pedro Paulo (PT), Mário Celso Cunha (PSDB) e Valdenir Soares (PRB), representaram Curitiba no Rio. Participaram ainda Joana Havelange, gerente do Comitê Organizador da Copa, e cinco delegados da FIFA.
O foco do encontro foram detalhes técnicos dos estádios do Mundial. Os organizadores explicaram que as seleções devem ter entradas exclusivas no estádio, sem contato com torcedores. A FIFA exige Área VIP com capacidade para 700 pessoas, além de 1096 lugares para a imprensa e 1900 em camarotes.
Se Curitiba abrigar um dos jogos das quartas-de-final, serão necessários 400 lugares com mesas para os jornalistas. A FIFA explicou que uma área no perímetro externo do estádio será fechada nos dias de jogos, para onde e só torcedores com ingressos ou moradores com credenciais terão acesso.
O estacionamento dos ônibus dos jogadores e dos carros de árbitros e representantes da FIFA deve ficar em área isolada, com acesso exclusivo. Também devem ser construídos espaços reservados para gandulas e mascotes – crianças que entram no gramado com bandeiras dos países – , para armazenar placas, cartazes e material de publicidade oficial e para acomodar os voluntários. As normas para guardar os caminhões a equipamentos de transmissão de TV também foram explicados ontem.
A FIFA também eliminou os prazos para apresentação de projetos. A única data estipulada, e que será cobrada de forma rígida, é a do início das obras dos estádios: 1º de março de 2010. A partir desse dia, a Arena deve ser fechada para jogos de futebol.
Ontem foi o segundo dia de seminário para as cidades-sedes da Copa. O encontro termina hoje, com as apresentações de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
Prefeituras cobram PAC para grandes obras
Enquanto rolavam os encontros entre representantes das cidades e os organizadores da Copa 2014, uma reunião de cunho político acontecia ontem no Hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro.
Prefeitos e assessores das 12 cidades-sedes da Copa de 2014 pediram a Alexandre Rocha Santos Padilha, representante do gabinete da Presidência da República, a implantação de um PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) específico para obras de maior porte relacionadas à Copa de 2014, como metrô (nas cidades onde não existe este tipo de transporte, como Curitiba), e construção ou reforma de estádios. O enviado de Curitiba foi Luiz de Carvalho, escolhido pela prefeitura com,o gestor da Copa na cidade.
