O Atlético anunciou ontem que na quarta-feira passada a CAP S/A recebeu R$ 30,8 milhões para acelerar as obras na Arena da Baixada. O montante refere-se aos valores que cabem à Prefeitura de Curitiba e ao governo do Estado na parceria para reformar o estádio. Porém, a Secretaria Municipal para Assuntos da Copa do Mundo nega que os governos tenham feito qualquer repasse. “Esse valor é em títulos de potencial construtivo, não em recursos. O Atlético, de posse dos títulos, vai buscar fazer dinheiro. Qual a fonte, não me interessa. A mim, no meu papel de gestor público, não interessa como ele vai fazer o dinheiro”, explicou o secretário Luiz de Carvalho.

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De acordo com o secretário, não há qualquer possibilidade de o governo repassar dinheiro ao Atlético. O que tem sido feito até aqui é a entrega do potencial construtivo, conforme ficou definido na parceria já transformada em lei. A entrega no novo montante é para sanar a diferença que havia ficado depois de o valor das obras ter subido de R$ 135 milhões para R$ 184,6 milhões. “O clube deve ir à Agência de Fomento [fazer um financiamento] que vai tomar como garantia o potencial construtivo. O Atlético não vai pegar dinheiro público da Prefeitura e do Estado. O que está disponível para eles são os títulos, neste valor”, acrescentou o secretário.

No texto publicado ontem pelo clube, é informado que o montante de R$ 30,8 milhões foi “integralizado na CAP S/A para as obras”. Mas o secretario destaca que a utilização do termo não é correta, já que a prefeitura não tem participação como sócia do clube. “A palavra integralizou está equivocada. Quem faz isso é sócio, e a Prefeitura não é sócia do clube. A Prefeitura apenas cumpriu a lei de incentivo do potencial construtivo”, frisou Luiz de Carvalho.

O Atlético também trouxe a informação sobre os valores que serão tomados de empréstimo no Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mas apresenta números diferentes. No texto que fala sobre a aceleração nas obras na Baixada, foi informado que o empréstimo será de R$ 138,4 milhões. Já Mário Celso Petraglia, em uma carta publicada no site, afirma que serão tomados de empréstimo R$ 135 milhões, trazendo uma diferença de R$ 3 milhões nos valores apontados.

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A assessoria do clube não respondeu às ligações para informar qual o real valor do empréstimo pleiteado no BNDES. Segundo a Prefeitura, o valor maior traz os números corretos. “Eles terão R$ 121 milhões em potencial construtivo, para um empréstimo de R$ 134 milhões. Este total corresponde a praticamente 75% do valor da obra, que está orçada em R$ 184 milhões e é o que o BNDES financia”, explicou Luiz de Carvalho.