Controle de doping da Copa do Mundo já é feito na Suíça

A Copa do Mundo já começou, pelo menos em um laboratório ultramoderno no interior da Suíça. Dezenas de jogadores já começaram a ter seu sangue e urina colhidos de forma inesperada e as primeiras amostras chegaram nesta semana no centro que vai realizar todos os exames de doping do Mundial. Pela primeira vez na história, todos os atletas serão testados antes de a bola rolar. Mas diante do fracasso do Brasil em ter um laboratório capaz de fazer os exames, o transporte de centenas de amostras até a Suíça vai exigir operação especial e custos extras.

O objetivo da Fifa era o de realizar os testes de doping antes e durante o Mundial no Rio. Mas o Ladetec, laboratório que havia sido selecionado para cumprir essa tarefa, perdeu seu credenciamento na Agência Mundial Antidoping (Wada) depois de erros grosseiros com testes de diversos atletas. Sem poder contar com o trabalho no Rio, a Fifa teve de apelar ao Laboratório Suíço de Análise de Doping (LAD) para assumir a tarefa.

A reportagem teve acesso exclusivo ao laboratório que, entre cartazes com a imagem do Fuleco, conta com alguns dos equipamentos tecnológicos mais sofisticados. Em cada sala mantida a uma temperatura ideal. “Não podemos dizer de quais jogadores os testes foram colhidos. Mas podemos confirmar que, pelo menos aqui, a Copa já começou”, declarou Martial Saugy, diretor do centro considerado como um dos mais avançados e responsável por testar os ciclistas da Volta da França (maior competição de ciclismo do mundo) e de outras competições.

Até o dia 12 de junho, a meta do LAD é a de testar todos os jogadores que vão ao Brasil e anunciar os resultados antes de a Copa começar. No Mundial, quatro jogadores a cada partida serão testados.

Os resultados precisam ser informados para a Fifa e para cada seleção em um prazo curto e antes que uma equipe possa escalar o jogador para a próxima partida da Copa. “Teremos de ser muito rápidos”, disse Saugy, destacando a dificuldade de fazer o transporte entre um jogo em Manaus, passando por São Paulo, até Zurique e depois mais um trecho por terra.

Quando o Ladetec perdeu seu direito de realizar os testes, a Fifa não disfarçou a sua irritação. Cartolas sugeriram que os custos de transporte fossem transferidos aos organizadores brasileiros. Mas, depois de uma longa negociação, a Fifa assumiu todos os custos. Apenas em passagens áreas extras, a entidade gastará mais de R$ 500 mil.

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