Além da prisão de seu ex-presidente José Maria Marin, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também está na mira da Justiça dos Estados Unidos. De acordo com a investigação, a entidade é acusada por envolvimento em casos de suborno no contrato de patrocínio com uma grande marca esportiva norte-americana. Outro tema abordado é a comercialização de direitos de mídia e marketing esportivo de diversos torneios, entre eles a Copa do Brasil.
“A maioria dos esquemas alegados no indiciamento está relacionada à solicitação e recebimento de subornos e propinas por dirigentes de futebol pagos por executivos de marketing esportivo em conexão com a comercialização de direitos de mídia e marketing de diversas partidas e torneios – incluindo as Eliminatórias da Copa do Mundo na região da Concacaf, a Copa de Ouro da Concacaf, a Liga dos Campeões da Concacaf, a Copa América Centenário, a Copa América, a Copa Libertadores e a Copa do Brasil, que é organizada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Outros esquemas se relacionam com o pagamento e recebimento de suborno em relação ao patrocínio da CBF por uma grande marca esportiva norte-americana, a escolha da sede da Copa de 2010 e a eleição presidencial da FIFA em 2011”, apontou o Departamento de Justiça dos EUA.
Executivos de marketing esportivo dos Estados Unidos e da América do Sul também estão entre os acusados. Eles teriam aceitado pagar mais de US$ 150 milhões (R$ 473 milhões na cotação atual) em propina e suborno para obter lucros com direitos de mídia e marketing em competições de futebol internacionais. Um dos nomes citados é o de J. Hawilla, proprietário e fundador da Traffic, multinacional de marketing esportivo situada no Brasil. As suas duas empresas – a Traffic Sports International Inc. E q Traffic Sports USA Inc. -, que estão sediadas na Flórida (EUA), são citadas pela Justiça americana.
“A acusação alega que, entre 1991 e os dias de hoje, os réus e seus parceiros corromperam a empresa pelo envolvimento em diversas atividades criminais, incluindo fraude, suborno e lavagem de dinheiro. Duas gerações de dirigentes de futebol abusaram de suas posições de confiança para ganho pessoal, geralmente por meio de alianças com inescrupulosos executivos de marketing esportivo, que barraram competidores e mantiveram contratos muito lucrativos para si mesmos com o pagamento sistemático de subornos e propinas.”
A investigação ainda deu maiores detalhes do caso, inclusive citando valores. “Entre os acusados também estão executivos de marketing esportivo dos Estados Unidos e da América do Sul, que teriam pagado sistematicamente e teriam aceitado pagar mais de US$ 150 milhões (R$ 473 milhões) em propina e suborno para obter lucro com direitos de mídia e marketing em competições de futebol internacionais.”