A trajetória de Rogério Ceni como treinador do São Paulo começa nesta quinta-feira, quando o time tricolor estreia na Florida Cup diante do River Plate, no Bright House Networks Stadium, em Orlando, nos Estados Unidos, às 22 horas (de Brasília). Após 10 dias de treinamentos longe de casa, a expectativa é ver se ele conseguirá converter os seus métodos inovadores de trabalho em bons resultados.

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O primeiro teste é justamente um clássico sul-americano, contra uma equipe tradicional da Argentina. O River Plate venceu o Millonarios, da Colômbia, e ganhou o direito de disputar a semifinal contra o time paulista. Claro que, qualquer que seja o placar, o resultado não terá influência na sequência de trabalho do treinador. Mas ele sabe que será o seu primeiro cartão de visitas para a torcida.

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Para a disputa da Florida Cup, o São Paulo optou por fazer a sua pré-temporada nos Estados Unidos, longe dos holofotes. E foi assim que Rogério Ceni começou a testar o time com três zagueiros (pode utilizar a tática nesta quinta-feira) e passou a fazer treinamentos muito pouco difundidos no futebol brasileiro.

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Ao lado dos auxiliares Michael Beale e Charles Hembert, ele tratou de buscar atividades que fossem pouco conhecidas dos brasileiros e partiu de um princípio fundamental: o treinamento tem de ser interessante para o atleta, intenso e que tenha a ver com o que pretende buscar de aprimoramento no jogador. Com isso, ele tem feito exercícios com um ritmo forte, mas de pouco tempo de duração. Esta talvez seja a primeira grande mudança no clube.

Rogério Ceni não se cansa de dizer que o São Paulo não consegue competir com outros clubes na hora de brigar pela contratação de jogadores. Por isso, a diretoria optou por economizar na busca de reforços e incumbiu o treinador de montar um time competitivo. Pelos primeiros contatos com os atletas, Ceni garante que a sua equipe poderá enfrentar de igual para igual qualquer rival, mesmo os de maiores investimentos.

A receita está em colocar na cabeça do jogador que é possível vencer grandes equipes e ser competitivo se atuar com inteligência e determinação. Na montagem do elenco, por exemplo, ele preferiu contar com atletas que já demonstraram interesse em atuar no clube e revela que a diretoria gastou apenas R$ 300 mil em contratações (com o goleiro Sidão). Os outros reforços vieram de trocas ou negociações que não envolveram dinheiro entre as partes.

Mesmo sem gastança, o São Paulo consegue ter um time competitivo, com disputa por vaga no time titular em quase todas as posições. Outra ideia de Rogério Ceni é utilizar mais os jovens formados nas categorias de base em Cotia (SP). O lateral-esquerdo Junior Tavares e o meia Shaylon, por exemplo, estão sendo boas surpresas na Flórida.

Os dois tiveram boas participações nos jogos-treino do São Paulo antes da estreia oficial – 9 a 1 contra o Sarasota e 9 a 2 contra o Boca Ratón. A possibilidade de nova goleada nesta quinta-feira é bem remota, até porque o adversário é bem mais forte, mas Rogério Ceni acha que as brigas por posições vão ajudar o time.

Por último, o treinador conta com algo que nenhum outro teve recentemente: o carinho absoluto da torcida. Ele tem boa margem para erros e sabe que os fãs terão mais paciência com seu trabalho, que não precisa necessariamente engrenar logo de cara. Assim, longe dos holofotes e com apoio incondicional dos são-paulinos, Rogério Ceni inicia a sua trajetória de treinador. Obcecado por resultados, quer dar o primeiro passo com vitória.